Centro integrado de Educação Inclusiva atende mais de 200 crianças com deficiência

Neste sábado (10), é celebrado o Dia da Inclusão Social. A data possui o objetivo de promover e conscientizar toda a sociedade sobre a importância dos direitos humanos e sua efetividade.

Isabella Carvalho, professora e coordenadora do Centro Municipal Integrado de Educação Inclusiva, em Feira de Santana, enfatizou ao Acorda Cidade sobre a importância do atendimento aos estudantes com deficiência, a fim de promover inclusão social.

“Esse projeto já desenvolvíamos há algum tempo, era o antigo InterEduc, já temos uns 6 anos atuando com esse projeto aqui no município. Nós estamos, atualmente, na nova sede, que agora é o Centro Municipal Integrado de Educação Inclusiva,” informou.

As crianças e estudantes que possuem algum tipo de deficiência, não só a intelectual, precisam realizar acompanhamento para que possam se desenvolver.

“É muito importante que os deficientes visuais, auditivos, físicos também tenham um acompanhamento paralelo para que eles desenvolvam estratégias, quebrem barreiras e elevem o aprendizado a partir de ações concretas para que haja a verdadeira inclusão social desses estudantes,” destacou.

O Centro iniciou as atividades em maio deste ano e já atende cerca de 230 estudantes.

“Nós atendemos os estudantes matriculados nas escolas municipais. É importante deixar isso claro, porque aqui não é uma escola, como algumas pessoas pensam. Nós seguimos a Política Nacional da Inclusão, na qual esses estudantes precisam estar matriculados em escolas regulares, frequentando uma sala comum, junto a todos e que seja adaptada as suas necessidades. Eles precisam estar matriculados na rede municipal e através de uma ficha de encaminhamento a escola encaminha para gente, ao perceber que o estudante apresenta algum tipo de dificuldade ou caso o estudante já tenham alguma deficiência, como autismo, ou deficiência visual, nós fazemos uma avaliação inicial e direcionamos para o tipo de acompanhamento que esse estudante vai precisar. Hoje temos o acompanhamento psicopedagógico, não somente para os estudantes com deficiência, mas também àqueles estudantes que possuem algum transtorno ou dificuldade no aprendizado, como TDH e Dislexia,” explicou.

O Centro possui atendimento educacional especializado na área de surdez.

“O estudante aprende Libras, a Língua Brasileira de Sinais, como a sua primeira língua. E também temos atendimento especializado para deficiência visual, no qual o estudante aprende o braille, o Soroban, a questão da mobilidade. E temos um núcleo de Deficiência Visual, no qual temos todo equipamento para desenvolvermos materiais para esses estudantes aprenderem na escola. Por exemplo, se a professora está trabalhando um texto, esse material será produzido aqui em braille para que o estudante possa desenvolver a mesma atividade, mas adaptada para ele,” descreveu.

Esse projeto foi criado e projetado pelos professores da rede municipal, salientou a coordenadora Isabella.

“Esse é um projeto totalmente da equipe do município de Feira de Santana. Foi criado e projetado pelos professores da rede e a verba é toda municipal,” contou.

A professora do Centro disse que alguns serviços estão sendo implantados e montados de forma gradativa.

“A gente tá implantando de forma gradativa a parte sensorial como a sala de música. A gente vai ter atendimento fonoaudiológico e psicológico para esses estudantes. Hoje atendemos 230 estudantes, mas quando montarmos toda a nossa equipe vamos atender cerca de 1.500 estudantes aqui no nosso Centro,” concluiu.

Em entrevista ao Acorda Cidade, Jacilene Ferreira de Jesus, mãe de uma estudante atendida no Centro Integrado, contou que sua filha de 8 anos foi diagnosticada com défict intelectual.

“Desde os 3 anos eu levo ela para fazer acompanhamento com o neuropediatra. Minha irmã que é psicopedagoga foi notando alguns traços e me incentivou a levar a minha filha para fazer um acompanhamento. Neste Centro Integrado tenho o atendimento adequado, a professora dela, Jaqueline, é ótima,” relatou a mãe.

Conforme Jacilene, a filha possui dificuldade para se concentrar e atraso na fala.

“Ela tem dificuldade de concentração, possui um atraso na fala e intelectual. Eu cheguei a pensar até que era autismo, mas o médico descartou a condição.”

A mãe disse que a condição da filha atrapalha muito nos estudos.

“O neuropediatra deu uma lista de procedimentos que devem ser feitos com ela. Na escola ela precisa sentar à frente dos colegas, porque tudo distrai a atenção dela. Ela também toma medicamento para concentração e o tratamento precisa ser com repetição, porque algumas coisas ela fixa e outras esquece. Minha filha tem que ter vários acompanhamentos com psicopedagoga, psicóloga, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional,” pontuou Jacilene de Jesus.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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