A prisão do chefe do tráfico de drogas da favela da Rocinha no Rio de Janeiro, Antonio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem, no dia 9 de novembro, mais que um marco na história do combate ao tráfico no Brasil, traz à tona a descrença da sociedade em relação ao poder público.

A favela da Rocinha foi ocupada de forma pacífica pela polícia no dia 13 de dezembro, para desgosto de alguns moradores. Uma mulher que não quis ser identificada disse que Nem ajudava o povo da favela, disponibilizando cestas básicas. O traficante também distribuía um vale dinheiro aos moradores, com a sua assinatura e o slogan “A firma é rica e o patrão ajuda quem merece”.

Numa clara inversão de valores, Nem era visto como super-herói. Ele financiava creches, promovia campeonatos e construía piscinas na favela, com cerca de 200 mil habitantes. Por outro lado, Nem punia seus desafetos com crueldade, expondo os corpos para “dar exemplo aos demais”.

Preocupados, alguns moradores dizem que a polícia não age da maneira ideal nas ocupações. “Eles saqueiam nossa casa e batem na gente" disse uma mulher que filmou toda sua casa para ter provas, caso fosse lesada. A polícia tem um longo caminho a seguir para reconquistar a confiança da população, ferida com os excessos e a corrupção que alguns praticam.

Nesse cenário, um caso nos devolve a esperança. O soldado Heitor, um dos agentes do Batalhão de Choque que abordou o veículo usado na tentativa de fuga de Nem, rejeitou uma propina de R$1 milhão de reais, para libertar os traficantes, mesmo sem saber que o traficante estava no porta-malas do veículo.

No momento em que o bandido se torna o herói e a polícia, muitas vezes, o bandido, exemplos como o do soldado Heitor, mostra a vontade dos brasileiros em mudar a história do nosso país. Temos um longo caminho a seguir para voltar a confiar na polícia e no governo. Mas, não podemos esquecer de Heitor, dos Joãos, Marias, Davis e tantos outros que lutam diariamente contra o grande Golias do Brasil, o tráfico de drogas.

Dilton e Feito

Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.

Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.