Feira de Santana

Agentes do Conjunto Penal fazem manifestação e impedem a entrada de presos

Cerca de 60% dos agentes participam da manifestação e impedem a entrada de novos presos no Conjunto Penal de Feira de Santana

Andréa Trindade

Os agentes penitenciários do Conjunto Penal de Feira de Santana iniciaram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (31) contra uma decisão judicial que determina a condução de todos os presos em flagrante para o conjunto.

A decisão entrou em vigor no dia 18 de outubro, quando a carceragem do Complexo Policial Investigador Bandeira foi interditada devido as péssimas condições que ficou após uma rebelião
 
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
 
Cerca de 60% dos agentes participaram da manifestação e impediram a entrada de novos presos no Conjunto Penal. Nesta manhã, seis suspeitos de praticar crimes na cidade foram apresentados naDelegacia de Polícia e levados para o presídio, mas foram barrados e conduzidos de volta à delegacia.
 
Diretor do Conjunto Penal Edmundo Memeri (Foto: Ed Santos/Acorda Cidade)
 
Segundo o diretor do Conjunto Penal, Edmundo Memeri, o presídio está com cerca de 200% de presos acima da capacidade. "Quatro dos oito pavilhões serão interditados para fazer uma reforma. A capacidade do Conjunto penal é de 304 detentos, mas abriga atualmente mais de 800. São mais de 200 presos por pavilhão, que tem capacidade média para brigar 30 pessoas", disse.
 
Segundo Edson das Virgens, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Feira de Santana, muito tempo as autoridades foram alertadas sobre a superpopulação carceragem
 
“Com a reforma dos quatro pavilhões e a interdição no Complexo Policial, notadamente vai ficar mais de 200 homens em um pavilhão . Isso é uma bomba pronta para explodir”, observou o sindicalista.
 
Edson disse ainda que os detentos fabricam armas artesanais e que a superlotação é perigosa para os 56 agentes que atuam no presídio. Ele pontuou que é necessário nomear mais 70 agentes para atuar na unidade.
 
 
O diretor do presídio, disse que a situação pode colocar em risco a integridade física dos agentes penitenciários,"além de contribuir para brigas entre os presos e grupos rivais, podendo provocar a destruição do patrimônio público". Ele acrescentou que durante a reforma, onde cabe 150 pessoas, serão colocados 900. 
 
Foi marcada para a tarde desta segunda-feira uma reunião entre os agentes penintenciários e a Defensoria Pública para discutir a situação da categoria e se eles aceitarão novos presos no Conjunto Penal.(Com informações do repórter Ed Santos do programa Acorda Cidade)
 
Fotos: Ed Santos