Dia do Professor

Professor: uma profissão que requer determinação e amor

Quatro professores da Escola Ecassa falaram ao Acorda Cidade sobre os desafios da profissão, como foi a escolha da carreia e as perspectivas do futuro.

Daniela Cardoso

Educar: Verbo que de acordo com o dicionário significa despertar as aptidões naturais do indivíduo e orientá-las segundo os padrões e ideais de determinada sociedade, aprimorando-lhe as faculdades intelectuais. Para muitos professores significa um ato de amor.

Enfrentar os desafios da educação no Brasil, que muitas vezes não oferece condições de trabalho suficientes, e lutar para educar, para despertar aptidões não requer apenas habilidade. Ensinar é transmitir o saber e pegar pela mão, é mostrar o caminho certo a seguir, desvendar o desconhecido e tornar amigo o conhecimento.

Hoje, dia 15 de outubro é comemorado o dia do professor, mas que também pode ser considerado mestre, orientador, amigo. Quatro professores da Escola Ecassa falaram ao Acorda Cidade sobre os desafios da profissão, como foi a escolha da carreia e as perspectivas do futuro.

A professora de Língua Portuguesa Wanja Cristina Almeida, que está na carreiaquase 26 anos, conta que não tinha pretensão em ser professora, mas que por falta de opção seguiu a carreia que ao longo do tempo a conquistou. “Me apaixonei”, afirma.

Para ela, professor é aquele que tem uma responsabilidade muito grande, não de transmitir conhecimento, mas de lidar com a formação de pessoas. Os desafios, segundo Wanja, são muitos. “Temos que despertar no aluno a vontade de querer aprender, querer conhecer algo, descobrir as coisas”, relata.

Wanja propõe uma reflexão sobre os rumos da educação no Brasil e sobre a mudança de comportamento dos alunos. “Hoje em dia eles são mais agressivos, são mais indisciplinados, mas a gente precisa se questionar o porque desse comportamento. E acredito que a escola também precisa mudar.”

Diante de tantos desafios Wanja acredita que o amor é a base da profissão. “Tem que ser um ato de amor, porque se esse sentimento não existir fica muito difícil.”

A professora Ana Maria Macedo, também de Língua Portuguesa, está na carreira há 29 anos. Para ela seguir essa profissão não foi uma escolha. “Eu queria mesmo ter seguido outra carreira, mas pelo fato de não ter conseguido, porque na época era muito difícil, eu me conformei em ser professora. Hoje eu reclamo mesmo por condições de trabalho, mas eu gosto da profissão. Acho que não sei fazer outra coisa” diz.

Sua definição de professor é ampla. Para ela essa profissão é um misto de coisas. “O professor é o mestre, é o orientador, é aquele que traz disciplina, que aconselha. É aquele que ouve e também quer ser ouvido. É uma profissão de muita responsabilidade”, ressalta.

Para Ana Maria os desafios de ser professor vão além da sala de aula. Ela afirma que o investimento na profissão deixa muito a desejar. “O professor precisa de tempo para ser um pesquisador. Minha vida é a docência e falta tempo para estudar. As autoridades precisam rever o papel e a importância do professor. Precisam investir na educação, na formação do profissional. São muitos desafios.”

Outro professor de Língua Portuguesa, Sandro Machado Fonseca, 19 anos na carreira, descobriu o amor em ser professor dentro da própria casa. Com muitos professores na família surgiu o interesse pela profissão, que ele define como sublime. “Quando se fala em educação o professor ensina a todos. Todas as profissões são ensinadas por um professor”, lembra.

Sobre os desafios ele diz que são muitos e que as vezes fica um pouco apreensivo, por não   uma ação que faça uma mudança acontecer para uma educação de qualidade.

o professor de História, Juvenal Lima de Santana, apenas 3 anos na carreira, falou sobre seus desejos de mudança e principalmente sobre a importância da educação para a sociedade. Ele conta que sempre gostou da área de educação e apesar de muitos conselhos contrários ele quis seguir a carreira de professor.

“Eu acredito na educação como uma forma de mudança. A educação é fundamental para uma sociedade consciente que procura construir e somar, por uma sociedade mais justa. Tudo passa pela educação”, afirma o professor que mesmo com as diversidades da profissão diz acreditar nela.

“Existe muito desestímulo, as pessoas não acreditam na educação, mas eu acreditei e por isso estou aqui. Eu acredito que os desafios podem ser superados. Precisamos discutir a educação como um processo de aprendizado, é necessário pensar na educação de uma forma mais dinâmica. Eu acredito que os desafios podem ser superados”, afirma Juvenal.

E aos nossos professores e mestres fica o agradecimento por ter nos ensinado mais do que fórmulas químicas, lições de língua portuguesa ou cálculos complexos. Fica o agradecimento por eles ter nos ajudado na construção do nosso caminho.