Política

Após acusação de 'rachadinha', Câmara susta nomeação de presidente da Agência Reguladora de Feira

O vereador Silvio Dias argumentou que a decisão aconteceu dentro da Lei.

Após acusação de ‘rachadinha’, Câmara susta nomeação de presidente da Agência Reguladora de Feira Após acusação de ‘rachadinha’, Câmara susta nomeação de presidente da Agência Reguladora de Feira Após acusação de ‘rachadinha’, Câmara susta nomeação de presidente da Agência Reguladora de Feira Após acusação de ‘rachadinha’, Câmara susta nomeação de presidente da Agência Reguladora de Feira
Vereador Silvio Dias
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

A Câmara Municipal de Vereadores sustou nesta terça-feira (18) a nomeação do ex-procurador-geral do município Carlos Alberto Moura Pinho, para o cargo de Presidente da Agência Reguladora de Feira de Santana.

A sustação da nomeação ocorreu horas depois de o ex-procurador, durante entrevista ao Acorda Cidade e sem apresentar provas, acusar a Casa Legislativa de encobrir um suposto esquema de rachadinha entre os parlamentares e de supostamente orquestrar ações que visam desgastar a imagem do prefeito Colbert Martins e o governo municipal.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o vice-presidente da Câmara de Vereadores, Silvio Dias, declarou que com as declarações o ex-procurador e então presidente da Agência criou um ambiente político para a sua suspensão do cargo.

“A Câmara de Vereadores, como todas as Casas Legislativas, é uma casa política, e todas as decisões aqui precisam ter um ambiente político para que venham a acontecer. A ilegalidade que foi suscitada aqui hoje na Câmara já havia sido detectada há algum tempo, mas não havia ambiente político para ser trazido a plenário, e isso aconteceu hoje, esse ambiente criado pelo próprio Carlos Alberto Moura Pinho.”

Ele argumentou que a decisão de suspender Moura Pinho do cargo aconteceu dentro da Lei.

“O presidente de uma agência reguladora, e isso está inclusive na Lei Complementar 93, essa pessoa só pode ser exonerada a pedido ou se houver justa causa, se tiver respondido processo, por ordem judicial, e não pode o prefeito simplesmente exonerar o presidente de uma agência reguladora. Precisa ter uma justa causa ou pedido de renúncia dessa pessoa. Isso está inclusive na nossa Lei Complementar e Lei Orgânica”, explicou.

Conforme Silvio Dias, o ex-presidente da Agência Reguladora Vítor Brás foi exonerado sem justificativa plausível e apenas para que o prefeito pudesse acomodar o seu aliado político dentro da administração municipal.

“No decreto, no qual exonera, não dá nenhuma justificativa para essa exoneração. E aí está o grande problema: se não houve um pedido de renúncia e se não há uma justa causa, a Câmara Municipal pode sustar os atos do poder executivo que exorbitam seu poder, pois o prefeito não pode fazer o que der na cabeça. O presidente de uma agência reguladora não é como um secretário, que é de livre escolha do prefeito, que ele pode nomear hoje e exonerar amanhã. Já o presidente de uma Agência Reguladora tem um mandato de quatro anos, e na própria lei estão lá elencadas as possibilidades de exoneração dessa pessoa. Pelo decreto de exoneração, não houve pedido. Foi uma vontade deliberada do prefeito, e dessa forma pode então o decreto ser sustado, o que ocorreu aqui hoje a partir desse ambiente político, novo, que foi trazido hoje pelas entrevistas dadas pelo Carlos Alberto Moura Pinho, que atacou de certa forma a Câmara de Vereadores de Feira de Santana”, reconheceu.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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