Sem Lula e PMDB, ato pró-reforma política minguou

O ato pró-reforma política realizado nesta terça-feira (3) resultou em uma exibição de desunião entre os responsáveis. Como previsto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu e o sócio-majoritário do condomínio governista, o PMDB, absteve-se de enviar suas lideranças. Vários governadores também eram esperados, mas ninguém apareceu. Entre as representações da sociedade civil, apenas o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcanti, colocou os pés no evento. De acordo com o blog do Josias de Souza, o encontro “micado” reuniu apenas representantes do PT, PSB, PCdoB, PDT e PV. Nesta quarta (5), o projeto de reforma redigido pelo relator Henrique Fontana (PT-RS) deverá ir a voto em uma comissão especial da Câmara. Em recente reunião, o petista citou por diversas vezes Lula, o que incomodou o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Se ele [Lula] não aprovou a reforma durante os oito anos de Presidência, vai aprovar agora, que não tem caneta?", provocou, ao interromper Fontana. O ex-líder nacional tem atuado nas negociações para viabilizar a votação do texto do relator, mas o PMDB tem contestado o posicionamento dos petistas. No relatório, Fontana propõe a criação de fundo, gerenciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que poderia receber doações de empresas, inclusive privadas, ponto que é alvo de críticas de alguns parlamentares. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, se Fontana não recuar do financiamento público exclusivo de campanhas, o PMDB pedirá vista na votação da matéria no colegiado e anunciará o embarque na proposta de abertura de Assembleia Constituinte, defendida pelo PSD do prefeito paulistano, Gilberto Kassab. As informações são do Bahia Notícias.