Feira de Santana
Flifs encerra após 6 dias de ampla programação cultural em Feira de Santana
Durante os seis dias, o festival proporcionou ao público atividades nos três turnos.
04/09/2022 às 18h59, Por Laiane Cruz
O 15° Festival Literário de Feira de Santana (Flifs) encerrou neste domingo (9), após seis dias de vasta programação cultural, como teatro, música, apresentações de escolas, rodas de conversas, além é claro da venda de livros novos e usados.
O estudante de Direito Roque Boaventura, de 61 anos, que mora no bairro Muchila, aproveitou o convite da neta de 14 anos para conhecer pela primeira vez a feira e também escolher alguns livros ligados à área que estuda.
“Eu sempre me interesso por literatura, livros, e minha netinha também ficou sabendo da Feira do Livro, então resolvi trazê-la, e vim também porque eu gosto de ler. Hoje deu pra eu vir aqui para verificar as novidades. Minha neta tem 14 anos, está olhando e deve levar alguns livros”, afirmou Roque Boaventura.
O estudante considera que a feira é muito importante para a formação de novos leitores. “A feira é muito importante, traz novidades e aproxima as pessoas da leitura. Eu estou me formando na área de Direito e estou aqui olhando nos livros da área de Direito Ambiental, Penal, que vão me ajudar no término do curso. Ainda não está definido, mas devo seguir na área de Direito Penal”, completou.
Segundo a coordenadora geral da Flifs, Rita Breda, o evento superou todas as expectativas e a participação do público feirense e também de outras cidades mostrou a importância que o festival tem para a consolidação da leitura, da cultura e o gosto pelas artes.
“Comemorar esses 15 anos foi uma grande celebração. Primeiro porque a gente começou de forma muito inexperiente em 2008, com uma perspectiva ainda de uma feira de livros em dois dias, e ao longo dos anos fomos nos constituindo no que chamamos hoje de um festival, porque nós oferecemos uma programação que está para além da comercialização do livro. Mas a gente foi também aprendendo que era necessário investir nas artes, na oferta e democratização, para a comunidade usufruir do teatro, da contação de histórias, da orquestra, música, do cordel, porque o leitor não se forma apenas lendo livros, vai se constituindo leitor apreciando uma formação estética, gostando das músicas, dos ritmos, estilos, conhecendo diversos autores, os nossos cordelistas, que são mestres populares, e escutando as escolas nas suas representações, com seus projetos de leitura e as vivências”, ressaltou Breda.
Durante os seis dias, o festival proporcionou ao público atividades nos três turnos, enfatizando a importância de uma política de valorização dos escritores, dos artistas e de fisgar o leitor para essas vivências que a arte pode proporcionar.
“Depois de dois anos no modo virtual, ao voltar para a praça, a gente optou primeiro em dar visibilidade a toda uma programação que envolve a discussão sobre o racismo e sobre essa produção de autores negros, e a gente quis trazer artistas que dialogam com a praça. Então trouxemos a arte do grafiteiro Kbça, que embeleza todas as peças da feira, a gente trouxe a Batalha do Feira VI, que trouxe um público gigante e diferente, a banda Roça Sound, que também dialogou com esses estilos de hip hop, que traz a juventude, então trouxemos artistas para dialogar com essa praça. Os cordelistas também, que nós tivemos aproximadamente 20 que passaram. E outra coisa que foi bacana foi a edição do vale-livro, que no modelo virtual não pudemos oferecer”, informou a coordenadora.
Acerca do vale-livro, segundo ela, foram investidos nesta edição da Flifs mais de R$ 350 mil tanto para a rede municipal quanto para os estudantes da rede estadual. Além disso, estiveram presentes ao evento delegações de 12 municípios vizinhos e mais de 150 escolas visitantes, algumas se apresentando durante a programação.
“Nossas expectativas foram atingidas. A gente entende que nós trabalhamos atualmente com diferentes perfis de leitores. Temos aquelas pessoas que são leitoras de e-books e no Brasil a gente tem percebido que no pós-pandemia houve uma evolução na busca por esses livros, mas as pesquisas têm revelado que o brasileiro é mais adepto ao livro físico. E na feira, pelo tanto de pessoas que circularam e saíram com suas sacolas porque adquiriram o livro, não só aqueles que tiveram acesso ao vale, mostra que ainda temos a presença do livro físico como algo que é simbólico, significativo e que há um grande interesse. Na feira foi de forma majoritária a presença do livro físico. Tivemos também algumas editoras que disponibilizaram QR Codes para acessar e baixar livros gratuitos, mas sem dúvida a busca foi superior pelo livro físico”, observou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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