Ney Silva
Os quatro cartórios eleitorais de Feira de Santana receberam a listagem de apoio a formação do PSD (Partido Social Democrático) contendo irregularidades. Há nomes de eleitores duplicados, com assinaturas que não conferem, de zonas eleitorais diferentes, analfabetos e de pessoas que não votaram o que também inviabiliza a ficha de apoio.
Com exceção do cartório da 155ª Zona Eleitoral, que não forneceu os dados sobre os pedidos de apoio ao partido nas três outras zonas, quase 40% das fichas foram anuladas. Na zona eleitoral 154, dos 2.720 nomes apenas foram validadas fichas de 1.162 eleitores. Na zona 156, das 2.239 fichas foram validados 1.299 nomes.
Os dados mais completos foram fornecidos pelo cartório da zona eleitoral 157. O chefe do cartório Danilo Pereira informou ao Acorda cidade que das 1.392 fichas apenas 753 estavam com os dados corretos. Havia 211 nomes com divergência de forma; 196 não são eleitores; 192 são de outras zonas; sete são duplicados; cinco analfabetos, cinco não votaram; dois com inscrições canceladas e 21 eleitores tiveram os nomes invalidados por outros motivos.
A situação verificada em Feira de Santana vem ocorrendo em outras regiões do país. Mas segundo Danilo Pereira isso não significa que o PSD possa ter seu registro no TSE – Tribunal Superior Eleitoral inviabilizado. Para conseguir o registro o partido vai precisar de percentual de 1,5% do total de eleitores que assinarem as fichas de apoio a sua formação.
O PSD é comandado em Feira de Santana pelo deputado federal Fernando Torres. Segundo ele, esse tipo de apuração dos cartórios é normal porque a lista fica nas mãos de outras pessoas. Ele disse ainda que o partido não tem o controle de quem coletou o material.
Ainda de acordo com o deputado, o cartório faz a triagem e passa o número oficial de assinaturas para o Tribunal Regional Eleitoral. Durante entrevista ao Acorda Cidade, Fernando Torres comemorou a criação do partido que conseguiu obter o registro em nove estados brasileiros. Por lei, o PSD precisa desta quantidade de diretórios estaduais para conseguir o registro nacional, que já foi solicitado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).