Negromonte fica no cargo após garantias

A presidente Dilma Roussef (PT) decidiu manter o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP) no cargo. De acordo com o Blog do Noblat, o pepista baiano foi ao Planalto, na tarde desta quarta-feira (24), anunciar que conseguira a unidade da bancada pela sua permanência e, por isso, foi poupado e ganhou uma sobrevida. Antes, o chefe da pasta havia sido avisado pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, de que havia preocupação no Planalto com o tom de suas declarações. Em entrevista dada ao jornal O Globo, o político partiu para o ataque e alertou o partido das consequências do racha na bancada. Ele afirmou que "em briga de família, irmão mata irmão e morre todo mundo". E que deputados do PP tinham "ficha corrida". Por telefone, Carvalho informou que era importante que Negromonte reunificasse o PP. Ele lembrou que o "Brasil é presidencialista, e não parlamentarista". E que, nesse caso, as legendas não tinham autonomia para tirar os dirigentes do governo quando bem entendessem. Segundo interlocutores da líder nacional, a grande preocupação dela seria ficar refém das disputas internas das aliados. Por isso, Dilma bateu o martelo pela permanência de Negromonte, principalmente como uma tentativa de impor limite às brigas entre facções internas das siglas. O mesmo recado serviu para frear a rebelião da bancada do PMDB para substituir o ministro do Turismo, Pedro Novais. As informações são do Bahia Notícias.

PP já cogita nomes para pasta das Cidades
As diferentes alas do PP tentam se entender para evitar a perda do Ministério das Cidades para uma outra sigla. Por ora, o objetivo é manter o atual ministro Mário Negromonte no cargo. Contudo, o partido já começou a discutir alternativas. No momento só o presidente nacional do PP, o senador Francisco Dornelles (RJ), é capaz de aglutinar partido. “O que a gente não quer é que a pasta vai para o PT. A Marta Suplicy não está aí sendo retirada da disputa pela Prefeitura de São Paulo (o pré-candidato favorito é o ministro Fernando Haddad, da Educação). De repente ela ganha uma pasta e o PP fica sem nada”, avaliou um pepista experiente. A cúpula do partido resolveu delimitar seus espaços de poder no Congresso para minimizar a disputa interna e evitar a perda da pasta comanda desde 2005. A ordem agora é evitar mais desgaste político. O grupo de Negromonte na Câmara viu-se obrigado a aceitar a troca do líder da bancada na Casa: Nelson Meurer (PR) deu lugar a Agnaldo Ribeiro (PB). O episódio mostrou a força de uma espécie de novo clero no Congresso. (iG)