Sérgio Carneiro nega influência de Durval mas tem apoio de peso para TCU

O deputado federal Sérgio Carneiro (PT), que concorre a uma das vagas de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), admitiu ao Bahia Notícias que pediu ao seu pai, o senador João Durval (PDT), que retirasse a assinatura da lista que solicitava a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretendia apurar as denúncias de corrupção no governo federal. A remoção da rubrica foi fundamental para que o pedido de instalação do colegiado fosse negado pelo presidente da Casa José Sarney, pois, com apenas 25 aderentes, não foi atingido o número mínimo exigido, que é de 27 signatários. Apesar disso, o petista nega tanto que o seu requerimento fez Durval desistir de apoiar a CPI quanto que houve acordo para que a sua candidatura ao TCU fosse alavancada. “Isso é uma mentira. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Falei com ele e ele tirou, mas não foi uma operação casada. Não tenho nenhuma ascendência sobre o meu pai. Inclusive, quando eu falei com ele, já estava decidido. Ele não me consultou para colocar ou retirar (o nome da lista)”, argumentou Sérgio. A motivação de Durval, segundo o seu filho, foi “dar o troco” no ex-ministro dos Transportes, principal alvo da CPI, Alfredo Nascimento, que há cinco anos tem protelado a obra de ampliação do anel rodoviário de Feira de Santana, cidade-natal da família Carneiro. “Ele tem autonomia no mandato dele. Era mais fácil ele me aconselhar no meu mandato do que eu no dele. Meu pai tem 54 anos de vida pública”, exaltou o deputado. Em relação ao TCU, Sérgio disse que, como postulante, tem percorrido cada um dos gabinetes para reforçar o seu objetivo. “A disputa pela vaga no TCU é um salve-se quem puder”, definiu.

Apoio para o TCU – Segundo o colunista da Veja, Lauro Jardim, um dos principais negociadores do Planalto no Congresso, o deputado João Paulo Cunha, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), se movimenta para fazer do colega de partido um ministro do TCU. As vantagens particulares que enchem os olhos de quem disputa a vaga do ex-presidente do órgão, Ubiratan Aguiar, que se aposentará: o futuro ministro terá salário de R$ 25 mil, cota anual de R$ 50 mil para passagens aéreas e aposentadoria aos 70 anos com vencimentos integrais. Até o momento, os nomes mais competitivos para a disputa são Ana Arraes (PSB-PE), Jovair Arantes (PTB-GO) e o veterano Átila Lins (PMDB-AM). Com informações do BN.