Mensagem de segunda feira, 01.08.11

Os doze pratos

Um príncipe chinês orgulhava-se de sua coleção de porcelana, rara e constituída por doze pratos assinalados por grande beleza artística e decorativa.

Um príncipe chinês orgulhava-se de sua coleção de porcelana, rara e constituída por doze pratos assinalados por grande beleza artística e decorativa. Certo dia, o seu zelador, em momento infeliz, deixou que se quebrasse uma das peças. Tomando conhecimento do desastre e possuído pela fúria, o príncipe condenou à morte o dedicado servidor, que fora vítima de uma circunstância fortuita. A notícia tomou

conta do Império, e, às vésperas da execução do desafortunado servidor, apresentou-se um sábio bastante idoso, que se comprometeu a devolver a ordem à coleção, se o servo fosse perdoado. Emocionado, o príncipe reuniu sua corte e aceitou a oferenda do venerando ancião. Este solicitou que fossem colocados todos os pratos restantes sobre uma toalha de linho, bordada cuidadosamente, e os

 pedaços da preciosa porcelana fossem espalhados em volta do móvel. Atendido na sua solicitação, o sábio acercou-se da mesa e, num gesto inesperado, puxou a toalha com as porcelanas preciosas, atirando-as bruscamente sobre o piso de mármore e arrebentando-as todas. Ante o estupor que tomou conta do soberano e de sua corte, muito sereno, ele disse: — estão, senhor, todos iguais conforme

prometi. Agora podeis mandar matar-me. Desde que essas porcelanas valem mais do que as vidas, e considerando-se que sou idoso e vivi além do que deveria, sacrifico-me em benefício dos que irão morrer no futuro, quando cada uma dessas peças for quebrada. Assim, com a minha existência, pretendo salvar doze vidas, que elas, diante desses objetos nada valem. Passado o choque, o

príncipe, comovido, libertou o velho e o servo, compreendendo que nada mais precioso do que a vida em si mesma. Quantas vezes, deixamos o nervosismo do momento tomar lugar nas nossas vidas e duras palavras ferem a quem amamos! Quantas coisas colocamos na frente do amor, do respeito, a compreensão que deveríamos ter? Que tenhamos tempo para meditar e avaliarmos se não estamos matando por um prato quebradoAutor: Desconhecido