Aos 8 anos, Kelly Sales Silva era umameninaescabreada, dessasquenãogostam de sair de casa e preferempassar o dia com as bonecas. Aos 20 anos, rebatizada Kelly Cyclone, aparece em seuperfil no orkutempunhandopistolas. No iníciodaadolescência, era tãoacanhadaqueparentes a chamavam de bicho do mato. Aos 21, éconduzidaàdelegaciaporparticipar de umafestaregada a cocaínana Boca do Rio.
Se parafamiliares a tímida Kelly Silva sóexistianamemória, ontemfoi o dia deles se despedirem de Kelly Cyclone, famosapelosnamoros com traficantes e participação em festas de pagode.
A mesmatragédiaquemarcousuavida, lhedeufama e fascinoujovensadmiradoresque estiveram presente em suamorte. Namadrugada de ontem, Kelly foivítimadapersonagemquecriou, morta a tiros e facada em Lauro de Freitas, naRegiãoMetropolitana de Salvador, apóssairdafesta de pagode Salvador Fest.
Seucorpofoiencontrado no centrodacidade, com um short e umacamisadaSeleção Argentina, suapreferida. “Elacolecionavacamisas de futebol. Admirava a raça dos argentinos”, contou o pai, o comercianteAntônio Silva, 55 anos.
Existemduasversõespara a morte de Kelly. Naprimeira, contadapelafamília, o motivoépassional. A jovemteriasidoassassinadapor um rapaz de prenome Gustavo, que a ameaçouporelaterrecusadoseupedido de namoro. O rapazéfilho de um policial civil conhecidocomoBraga, quemora em Lauro de Freitas.
Jámoradores do centro do municípioapontamcomoalgoz Wellington Nunes, o Mão, traficantedalocalidade de Casinhas, no final de linha. O crime estariarelacionado com a disputa do tráfico – Kelly foiex-namorada do traficante Toni Rogério, o Tonny, que, mesmopresona 23ª Delegacia, em Lauro, continua no controledasbocasdaRua 4, nacomunidade de Vila Praiana.
Foto: Correio
Kelly foiassassinadanaRua Roneialdo de Brito, no centro de Lauro de Freitas, com a camisada seleção argentina que costumava usar. O local estava bastante movimentado por causa dos bares. Testemunhas contaram que, por volta de 1h, um carro de cor escura parou próximo ao prédio da Previdência Social. Instantes depois, Kelly desceu correndo e sangrando na região abdominal – posteriormente foi constatado pela perícia uma lesão provocada porfacada. Em seguida, um homem disparou duas vezes de dentro do veículo, atingindo Kelly nas costas, que ainda cambaleia por dois metros antes de morrer em praça pública.
A última vez que Kelly foi vista com vidaporfamiliaresfoina edição de domingo do Salvador Fest, no Parque de Exposições. Acompanhada pela irmã e três amigas, Kelly chegou na apresentação da banda Pixote. Ela se sentiu mal e queria ir embora, mas a irmã pediu paraque ficasse. “Parecia até queela estava sentido que algo de ruim ia acontecer”, contou. Kelly cedeu aos apelos e, durante o show de A Bronkka, elafoi carregada nos ombros de um amigo. Segundo familiares, no final do evento, Kelly recebeu uma ligação de Gustavo, que a aguardava na entrada do Parque de Exposições. A irmã chegou a pedir para Kelly não ir, mas a jovem disse que logo retornava. Horas depois, parentes e amigos receberam a notícia de que Kelly estava morta no centro de Lauro de Freitas.
RIXA
A segunda versão liga o crime à briga porcontrole do tráfico de drogas. Moradores do centro de Lauroapontam o traficanteMãocomo um dos envolvidos na execução. Kelly Cyclone teriasidomorta porque foi ex de Tonni, rival de Mão. No entanto, a delegada Cristiane Santos de Oliveira, da 23ª Delegacia, que presidiu o levantamento cadavérico, descarta essa possibilidade.
De acordo com ela, Mão e três comparsas assaltaram um posto de combustível na estrada do Coco e, durante fuga num Fox vermelho, trocaram tiros com a Polícia Militar, por volta das 3h.
Segundo a delegada, o assalto ao posto aconteceu por volta das 19h. Os bandidos levaram mais de R$ 600 em dinheiro, além de uísque e a chave de um Honda Civic de uma mulher que calibrava o pneu no posto.
Um policial militar que estava no Hospital Menandro de Farias estranhou a movimentação no posto e acionou uma guarnição do Serviço de Inteligência da Polícia Militar que passou a seguir o veículo e montar campana.
Os bandidos perceberam a presença dos policiais naRua 2, em Vila Praiana, e fugiram. Abandonaram o veículo e continuaram a fuga a pé. No confronto, logo depois, a polícia prendeu Cláudio Gama dos Santos e uma adolescente de 17 anos. No Fox foram encontrados 70 dolões de maconha, certa quantidade de cocaína e crack, além de relógios, celulares roubados, além de uma máquina de cartão de crédito.
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