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A greve dos técnicos administrativos das universidades federais, que começou há quase duas semanas, já conta com a adesão de servidores de 44 instituições. Desde o início da paralisação, o movimento grevista não conseguiu reunir-se com o Ministério do Planejamento para que as negociações sejam retomadas. O impasse já prejudica os estudantes e pode colocar em risco o calendário universitário.
Nesta quinta-feira, integrantes da Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras) participaram de uma mesa-geral de negociação salarial no Ministério do Planejamento com representantes de diversas categorias. Segundo Paulo Henrique dos Santos, coordenador-geral da entidade, não houve nenhuma discussão específica sobre a situação dos técnicos das universidades federais, mas a promessa de que uma nova reunião será agendada para a retomada das negociações.
O movimento pede que o piso da categoria seja reajustado em pelo menos três salários mínimos e a abertura imediata de concursos públicos para a substituição dos funcionários terceirizados. De acordo com a Fasubra, hoje os servidores recebem R$ 1.034. "Estamos insistindo, mais uma vez, que se tenha essa reunião porque não há como resolver o problema da greve sem diálogo. Não é interessante para nenhum dos lados", afirma Santos.
Apesar de os técnicos não terem ligação direta com a sala de aula, a paralisação começa a afetar a rotina das instituições. Nesta semana, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Fernando Haddad, se dispôs a colaborar no processo de negociação, mas fez um apelo para que a categoria suspenda a greve. De acordo com Paulo Henrique dos Santos, os reitores das universidades federais também estão trabalhando como interlocutores para evitar que a paralisação prolongada prejudique o calendário. Com os servidores parados não é possível, por exemplo, processar as matrículas do próximo semestre.
"Em que pese o fato de que a gente não tem ligação direta com a sala de aula, trabalhamos toda a estrutura que dá condições aos professores de darem aula. Os processos de cadastramento, toda a parte burocrática é feita pelos técnicos", explica o dirigente sindical. (Agência Brasil)