Volta às aulas

Consumidores apontam alta no preço do material escolar em Feira de Santana

De acordo com a gerente de uma papelaria, o reajuste foi de 8% comparado a 2021.

18/01/2022 às 06h47, Por Andrea Trindade

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Gabriel Gonçalves

Como acontece todo início de ano, janeiro é o mês que antecede o retorno das aulas na maioria das escolas e, com isso, é o período propício também para pais e mães, começarem a pesquisar e já garantir o material escolar dos filhos.

Embora esse tipo de pesquisa seja feita com antecedência, muitos consumidores já estão reclamando dos preços dos produtos que estão caros, comparados com o ano de 2021.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Em entrevista ao Acorda Cidade, a dona de casa Marilene de Jesus explicou que só iria levar o básico para o filho, pois segundo ela, os preços estão altíssimos.

"Eu só estou levando aqui o lápis, caneta, borracha e caderno, que são os materiais básicos que meu filho vai precisar, porque realmente os preços estão altos. Essa é a terceira loja que estou entrando no dia de hoje, em busca de produtos com preços menores, embora o preço ainda continue um pouco elevado, está mais baixo do que as outras lojas", disse.

Também seguindo o mesmo critério, Paula Alves informou à reportagem do Acorda Cidade que tem dois filhos, e está comprando apenas o essencial.

"O colégio que meus filhos estudam, não exige muito de material escolar, o que acho bacana, então estou levando aqui o básico que possa atender a necessidade deles. Eu não fiz pesquisa em outras lojas, porque já tenho o costume de comprar aqui, mas realmente são preços salgados para quem tem um filho, imagine dois como é o meu caso. Então no ano passado, eles estavam tendo aula online dentro de casa mesmo, não foi preciso comprar tantos itens, mas até que neste ano, o material que está aqui na lista não é exorbitante, aproveitei logo, porque nos próximos dias, a loja pode estar mais cheia", afirmou.

Em busca de um caderno e um estojo para a filha, a dona de casa Jucilene Oliveira explicou que se pesquisar encontra muitos itens na promoção.

"Hoje eu vim buscar um caderno, estojo, caneta e lápis para minha filha, que são materiais pessoais de uso dela. Existem algumas coisas aqui na loja que estão em promoção e outras não, então por exemplo, esses materiais que estou levando, considero com o preço alto", avaliou.


Foto: Paulo José/Acorda Cidade

 

De acordo com Patrícia Macedo, que é gerente de uma papelaria em Feira de Santana, o movimento nesses primeiros 15 dias do mês de janeiro, já está apresentando números positivos.

"Graças a Deus, o movimento está aumentando e começamos a perceber essa procura desde o mês de dezembro, que os pais já estavam antecedendo as compras. Com relação aos preços, houve um reajuste por conta do fornecedor e nesse caso, a empresa também tem que passar para os consumidores, tivemos uma variação de cerca de 8%, mas esperamos que este ano seja diferente do ano passado com boas vendas, porque como as crianças estavam tendo aulas online em casa, a busca pelos materiais, foi baixa, mas neste ano, já estamos vendo uma mudança, tanto que precisamos contratar mais funcionários para atender a demanda", destacou Patrícia ao Acorda Cidade.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade


Para Robson Brito, que também é gerente de uma papelaria na cidade, as expectativas são positivas para esse mês de janeiro, já registrando grande procura por parte dos pais em busca do material escolar.

"As nossas expectativas são as melhores possíveis, estamos observando que as pessoas estão em busca dos materiais, como o lápis de cor, papel ofício, hidrocor, cola, produtos básicos que são utilizados pelos estudantes. Infelizmente tivemos reajuste, e com isso, temos que passar para os clientes, porque desde o ano passado que não estávamos repassando, mas agora não tivemos como segurar mais, e alguns produtos apresentam novos preços", explicou.

Ainda segundo Robson, o ideal para quem está em busca dos materiais, é pesquisar e não se apegar a determinada marca do produto.

"A nossa dica é realmente fazer a busca, porque isso é primordial. As pessoas não precisam escolher aquela marca que é 'TOP', de repente, exista uma marca mais barata, mas que possui a mesma qualidade, então a pesquisa é fundamental neste momento. Mas é bom salientar, que estamos observando o consumidor com um pouco de pressa, não querem pegar aglomeração, então já vem no sentido de fazer a compra de forma rápida", concluiu.

O Acorda Cidade também foi em busca de orientações com o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Feira de Santana. Acompanhe algumas dicas e alertas aos pais passadas pelo Superintendente do Procon, Maurício Carvalho.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

 

Acorda Cidade: A escola pode pedir materiais de uso coletivo na lista?

Superintendente: Não, tudo que for de uso coletivo, não deve ser obrigatório para os pais. Por isso que desde os meses de novembro e dezembro, estamos realizando as notificações para que todas as escolas de Feira de Santana, possam nos responder um questionário. Esse material já está chegando de volta, e estaremos fiscalizando caso a caso, não só a situação material escolar, como também a questão da anuidade. Uma coisa relevante para ser observada, é a questão do contrato, a questão do aluno inadimplente, e por isso que estamos aqui, os pais também podem acessar a nossa plataforma do Procon Feira de Santana e em qualquer situação que se sintam lesados, pode acessar o nosso portal e fazer a denúncia.

Acorda Cidade: Os pais devem comprar todos os itens no prazo estipulado pelas escolas?

Superintendente: Tudo é preciso que haja uma consensualidade. Nós estamos no momento de flexibilidade, nós precisamos entender que o momento ainda é difícil, estávamos com uma tranquilidade, mas agora um novo surto já está aparecendo com novas variantes da Covid-19, então até essa questão de aulas presenciais, podem ser incertezas diante do cenário, mas acima de tudo, os pais e as escolas devem entrar em um consenso com relação a isso, mas o Procon está aqui para caso seja necessário, fazer a intermediação.

Acorda Cidade: Os estudantes que forem transferidos para outras escolas, podem solicitar o material que já tinha sido entregue?

Superintendente: São questões específicas e pontuais de cada unidade. A gente está ainda vivendo um momento de pandemia, um momento diferente, então vai muito da consensualidade entre ambas as partes. O que eu posso dizer, é que se o aluno estiver inadimplente em relação a situação das mensalidades, não poderá ser penalizado com a falta dos documentos de transferências. Essa é uma questão muito relevante, porque muitas vezes, a escola quer usar desta situação de inadimplência para não liberar a questão da transferência do aluno.

Acorda Cidade: A escola pode impedir a rematrícula de estudantes que estão inadimplentes?

Superintendente: Vamos imaginar que no ano de 2021, o aluno ficou inadimplente. Ele não poderá e nem poderia no exercício anterior deixar de fazer prova, deixar de concluir o seu curso, agora no momento em que ele vai fazer a rematrícula, como de 2021 para 2022, se ele estiver inadimplente, sim, a escola poderá não fazer a matrícula com ele. Mas ela terá que entregar todos os documentos, inclusive os documentos de transferência para que o aluno possa tomar com seus pais, as decisões, mesmo que a escola venha fazer o uso de meios judiciais para refazer a questão da inadimplência.

Acorda Cidade: Com relação ao reajuste das mensalidades, quando o aumento é considerado abusivo?

Superintendente: Todo aumento é como um jogo de mercado, cada caso é um caso específico. Cada escola tem uma estrutura diferente da outra, mas a base sempre tem que ser a mensalidade do exercício do ano anterior. Então pega-se como base esse valor do exercício anterior e multiplica pelo número de parcelas, no caso vezes 12 parcelas. Chega no valor a ser cobrado, evidentemente que tem que se levar em conta se a escola fez investimentos, por exemplo, um ginásio de esportes, material didático-pedagógico, instalações, laboratórios, tudo isso faz parte da composição. Mas não podemos deixar de entender que esse reajuste não pode ser inferior a 12 meses, ele tem que permanecer durante todo o ano do exercício que nós vamos entrar agora em 2022 tomando-se como base o que foi feito, o que foi praticado de preço em 2021, e o Procon, evidentemente vai ficar atento para identificar cada situação específica para entrar com as medidas cabíveis
 

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