Economia

Índice de inadimplência cresce 20% em Feira de Santana, na Bahia

O Senado aprovou, na última quarta-feira (18), medida provisória que permite criar um cadastro positivo para bons pagadores.

Acorda Cidade

A inadimplência no comércio do município de Feira de Santana, cresceu 20% nos últimos três meses, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas.O índice aponta que 34 mil feirenses estão com nome negativado no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O comércio da região é considerado o mais expressivo do interior da Bahia.

Para tentar contornar os prejuízos causados por dívidas de consumidores, os lojistas têm recorrido à negociação. “Nós estamos em pleno acordo para negociar com o cliente, sem juros e multa”, relata o gerente Valdemir Santos.

O gerente Cleiton Barros diz que uma estratégia é manter contato frequente com a clientela. “Estamos sempre buscando, ligando, lembrando, fazendo acordo, para que essa inadimplência venha a diminuir”, conta.

Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas verificou que mulheres solteiras, com idade entre 31 a 40 anos, são os perfis comuns dos clientes com dívidas. O coordenador do SPC, Rui Santana, alerta que o consumidor precisa avaliar se a condição financeira permite que faça a compra desejada. “A maioria dos consumidores que vem ao nosso balcão de atendimento diz que emprestou nome a terceiros. O consumidor precisa evitar esse costume para que seu nome não entre no SPC”, explica.


Benefício aos adimplentes

O Senado aprovou, na última quarta-feira (18), medida provisória que permite criar um cadastro positivo para bons pagadores. O objetivo será fornecer juros mais baixos por bancos, comércios e financeiras aos consumidores que possuam histórico de bons pagadores. O projeto segue para sanção presidencial.

De acordo com o superintendente da Câmara de Dirigente dos Lojistas (CDL), Carlos Alberto Oliveira, o projeto revoluciona o mercado de crédito. “Ele traz o conceito de muito mais que colher dados restritivos do consumidor, ter acesso também às informações positivas e poder manuseá-las repassando ao mercado os parâmetros de comportamento do consumidor”.

Oliveira alerta que a inserção da pessoa no cadastro é voluntária. “Os interessados precisarão preencher um documento em um site e através do CPF é que as informações vão migrar para planilha com histórico do comportamento dele no mercado”.

Segundo ele, as pessoas de baixa renda e do mercado informal vão poder comprovar desempenho de pagamento dos serviços continuados, por exemplo. “Eles vão provar que pagam luz, gás, água em dia e ali inicia uma análise desse nicho de mercado”.

Outro ponto considerado relevante para o especialista é a tolerância a qualquer possível restrição ao crédito. “Um pagamento de R$ 20 que deixou de ser feito pode não comprometer a compra de um automóvel ou uma geladeira porque vai se perceber que o caso foi ocasional, diante do seu perfil de pagamento. Hoje isso não acontece”, informa.

(G1)