Saúde

Tratamento precoce para Glaucoma evita cegueira

O glaucoma é uma doença do nervo óptico que possui diversas causas. Segundo a oftalmologista Ana Cláudia Fraife, do DayHORC, ela se caracteriza por uma lesão progressiva do nervo com conseqüente perda do campo visual.

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No próximo dia 26 de maio, o Brasil comemora o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Na Bahia, os mais de cinco mil portadores do problema têm motivos para comemorar a data, pois além da cobertura do Estado, o tratamento do glaucoma passa a contar com uma contrapartida federal. 


O resultado imediato dessa parceria será a ampliação da rede de distribuição dos medicamentos que, a partir do segundo semestre desse ano, deixará de ser feita apenas no Hospital São Jorge, em Roma, e terá cinco novos pontos de repasse da medicação. 

De acordo com o coordenador de Assistência Farmacêutica para drogas de média e alta complexidade, da Secretaria Estadual de Saúde(SESAB), Lucas Andrade, os locais ainda não foram definidos, pois os prestadores de serviços é que definirão os locais. "Dentro em breve, esses novos postos deverão ser identificados, facilitando o acesso do paciente e reduzindo problemas na entrega da medicação", esclarece. 

Ele diz ainda que embora haja um desabastecimento da droga Travaprosta, que faltou em virtude do acordo com o governo federal ter provocado mudanças nas regras e, por isso, um atraso na licitação e compra, dentro de mais 20 dias, no máximo, o medicamento voltará a ser disponibilizado na rede pública.

Cegueira 
O glaucoma é uma doença do nervo óptico que possui diversas causas. Segundo a oftalmologista Ana Cláudia Fraife, do DayHORC, ela se caracteriza por uma lesão progressiva do nervo com conseqüente perda do campo visual. 

Na verdade, o problema é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, tendo tirado a visão de sete milhões de pessoas, segundo dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS). "Atualmente, 120 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de glaucoma", diz Ana Cláudia, ressaltando que a elevação da pressão intra-ocular é o principal fator de risco e requer investigação minuciosa. 

Para verificar se o índice de 18mmhg está mantido, a especialista diz que é preciso realizar exames do nervo óptico, pressão intra-ocular e campo visual. Segundo ela, a doença é mais comum a partir dos 40 anos e quanto mais avançada a idade maior é o fator de risco. "Também existe o glaucoma congênito, que acomete recém-nascidos, mas a incidência destes casos é muito baixa", completa.

Herança  
A médica ressalta que os maiores de 40 anos, que possuam casos de glaucoma na família e tenha ascendência negra precisam tomar maiores precauções. Isso porque os estudos clínicos demonstraram que na população afrodescendente, a questão genética determina que os casos sejam mais severos.

Pessoas portadoras de doenças crônicas, como o diabetes e a hipertensão, ou sistêmicas, como a enxaqueca ou que tenham as extremidades frias ou que suam com muito, também precisam ter uma atenção redobrada com a saúde ocular, aumentando o número de visitas ao médico.

Ana Cláudia lembra que a medição da pressão do olho e a avaliação do nervo ótico é feito no consultório, sem a necessidade de intervenção e de forma muito rápida. 

“Além dos exames periódicos, a manutenção de bons hábitos alimentares, atividade física regular e equilíbrio emocional ajudam a manter o controle do glaucoma de modo bastante satisfatório, tornando mais difícil a ocorrência d a cegueira provocada pela doença ", completa a médica, lembrando que  quanto mais cedo o diagnóstico, menor o risco de perda da visão. As informações são do Corrreio