Debate

Educação pública é debatida na Câmara Municipal de Feira de Santana

O secretário da Fazenda Wagner Gonçalves diz que professores que concluíram curso superior e mudaram de nível vão ter aumento de quase 80 por cento em seus salários.

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Andréa Trindade e Ney Silva

Uma audiência pública na Câmara de Vereadores na manhã desta sexta-feira debateu a educação em Feira de Santana. A audiência foi presidida pelo vereador Ailton Rios (Mô) e contou com a participação dos secretários de Educação José Raimundo Azevedo, de Governo Celso Pereira, vereadores e diretores da APLB –Sindicato. Os professores se manifestaram cobrando melhores condições de trabalho e de salários.

A diretora regional da APLB, Marlede Oliveira, reclamou da falta de compromisso de prefeitos e governadores que não querem cumprir a lei federal que estabelece o piso nacional de R$ 1.596.


Ela relatou algumas situações em que foi vítima de brincadeiras por parte de prefeitos de municípios que pagam melhor que Feira. “Cheguei em Mundo Novo e o prefeito fez gozação comigo, dizendo que ele paga um salário maior do que o que recebemos aqui”.


Segundo Marlede Oliveira, o Governo Municipal não concede o reajuste solicitado pela categoria por que a folha salarial foi inchada, para atender interesses políticos.


Também discursou na Câmara a diretora da APLB – Sindicato, Indiacira Boaventura. Ela dirigiu alguns questionamentos ao secretário José Raimundo e pediu que ele explicasse por que na época em que exerceu o mandato de prefeito, entre 1994 e 1996, conseguia pagar salários melhores do que os atuais.

“Como o senhor conseguia, se naquela época a arrecadação era menor do que a de hoje?”. Na opinião de Indiacira, falta entendimento entre o secretário de Educação e o prefeito Tarcízio Pimenta.


Ela ainda reclamou da contratação excessiva de estagiários. Fato que considera como responsável pelas baixas notas conferidas a Feira de Santana no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Eles não tem competência para assumir nossas funções e por isso as nossas notas são ridículas”, desabafou.


Como ontem foi 13 de Maio, Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, o presidente da APLB Germano Barreto disse em discurso que os professores precisam se libertar. Na opinião dele, de nada adianta investir em certos equipamentos para as escolas, se as condições salariais dos profissionais não forem satisfatórias. “Não adianta instalar bebedouros e lousas eletrônicas, se o trabalhador não estiver motivado”, afirmou. 

O  vereador Marialvo Barreto defendeu uma plano de educação para Feira de Santana e o  secretário de Educação José Raimundo Azevêdo destacou a importância do diálogo com a categoria. Os professores que se encontravam nas galerias da Casa ficaram de costas para o secretário, enquanto ele fazia o seu pronunciamento.

José Raimundo  iniciou sua fala afirmando que a educação não se melhora apenas com prédios e infraestrutura, mas também com a valorização dos professores, o que segundo ele tem sido feito pela atual administração municipal.

“Melhoria de salário e de condições de trabalho não é só aumento”, sentenciou, para logo em seguida apresentar números que representariam benefícios que a categoria tem alcançado desde o início do governo Tarcízio Pimenta, há dois anos.

O secretário afirmou que neste período 396 professores foram beneficiados com mudança de referência, 213 obtiveram alteração de carga horária e 636 receberam abono pecuniário, vantagens que representam acréscimo nos vencimentos desses profissionais.


O secretário da Fazenda Wagner Gonçalves diz que professores que concluíram curso superior e mudaram de nível vão ter aumento de quase 80 por cento em seus salários.

Na assembleia realizada na tarde da quinta-feira (12), os professores decidiram manter a mobilização e o “estado de greve”, mas, não vão suspender as atividades enquanto as negociações com o Governo Municipal estiverem abertas. No começo da próxima semana haverá uma nova reunião com os representantes do professorado e os membros da administração (com informações da Assessoria).