Feira de Santana
Semmam realiza mutirão de limpeza na margem do Rio Jacuípe e retira grande quantidade de seringas usadas
De acordo com o diretor de educação ambiental, Beldes Ramos, esse trabalho é de suma importância para que os rios sejam constantemente preservados, assim como os peixes, que são vítimas de todo esses resíduos arremessados na água.
17/03/2021 às 15h11, Por Gabriel Gonçalves
Gabriel Gonçalves
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Feira de Santana (Semmam), dando continuidade à programação especial em comemoração à Semana da Água, esteve na manhã desta quarta-feira (17) na Comunidade Mergulho, pertencente ao distrito Governador João Durval Carneiro (Ipuaçu). O objetivo foi realizar a limpeza da margem do Rio Jacuípe, onde foi encontrada uma grande quantidade de resíduo.
De acordo com o diretor de educação ambiental, Beldes Ramos, esse trabalho é de suma importância para que os rios sejam constantemente preservados, assim como os peixes, que são vítimas de todo esses resíduos arremessado na água.
"Esse trabalho que está sendo realizado é muito importante para que possamos preservar nossos rios, nossas lagoas e nossos animais, principalmente os peixes, que acabam confundindo esses resíduos com alimentos, e ao ingerir, acabam morrendo. Estamos aqui para chamar a atenção da sociedade a ter uma reflexão da importância de ter que cuidar do meio ambiente. Muitas vezes, um única pessoa comete esse crime, achando que apenas ela comete essa situação, mas outras inúmeras pessoas também cometem esse crime ambiental e presenciamos aqui a grande quantidade de lixo que foi encontrada", destacou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Caso o nível da água aumente nos próximos dias, o resíduo que ainda permanece nas proximidades da margem da água poderá retornar para o rio e ser enviado para outras localidades.
"Esse material que hoje está aqui veio de lá da ponte onde existe uma maior concentração de pessoas, e todos esses resíduos percorreram todo esse trajeto até chegar aqui, o que é em média de 10 a 12 km. Só estamos tendo essa possibilidade de retirar todo esse lixo porque o nível da água baixou, mas caso aumente nos próximos dias, todo o lixo pode retornar para a água. Aqui encontramos muitos capacetes, seringas com agulhas, televisores e a maior parte do lixo também é de materiais plásticos, que demoram para se decompor na terra, aproximadamente 100 anos", explicou o diretor de educação ambiental.
Acompanhando o trabalho realizado pela Semmam, Marcos Melo, que é proprietário de uma empresa que trabalha com resíduos sólidos, explicou que ficou surpreso com a grande quantidade de resíduo encontrada na margem do rio e destacou que falta consciência por parte do ser humano.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"Infelizmente isso tudo é gerado pela ação do homem, é uma coisa triste e estamos vendo aí a grande quantidade de lixo que foi encontrada, como capacetes, seringas com agulhas, tudo dentro de um rio, de um manancial. É uma cena triste e estou aqui acompanhando toda a equipe junto com João Dias, uma pessoa altamente capacitada, junto com Beldes Ramos também e estamos nessa luta para conscientizar um pouco a população que lugar de lixo é no lixo e não nos rios", alertou.
Marcos Melo explicou que a decomposição dos materiais leva anos e toda remoção precisa da ação mecânica e mesmo realizando a retirada do resíduo, existe a probabilidade do solo ser contaminado.
"Esses materiais demoram muito para se decompor. Toda remoção é feita através da ação mecânica e a bactéria na qual eu trabalho. Essa degradação é de matéria orgânica que realmente é esse tipo de lixo. Como podemos ver, não tem como retirar tudo e por isso ficam por anos e anos no meio ambiente. O solo também é prejudicado porque fica contaminado e existe um tratamento desse solo com a bactéria, uma pulverização, onde ela degrada realmente essa massa nociva que tem no solo e por isso que o recomendado é retirar todo o lixo", explicou.
Agricultor e morador da Comunidade Mergulho, Luiz Alves Moreira informou à reportagem do Acorda Cidade que os resíduos já estava há cerca de sete meses no local e, como forma de evitar contaminação, decidiu queimar alguns resíduos que estavam próximos à margem do rio.
"Esse lixo já tem aí, no mínimo, uns sete meses, porque a quando o nível da água subiu, trouxe de lá da ponte para cá, e quando o nível baixou, o lixo foi acumulando aí na margem. O que mais me chamou a atenção entre todos esses materiais foram preservativos, usavam e jogavam dentro do rio, além de seringas com agulhas que estavam aí, de capacetes, computador, garrafa plástica, então eu aproveitei e queimei alguns lixos, principalmente onde estavam os preservativos, estava fazendo nojo e pra não deixar perto do rio, com o riso de volta para a água, eu queimei, e tudo isso aí, tenho certeza que veio de lá da ponte", afirmou.
Para Luiz Alves, a ação realizada pela Semmam foi feita no momento certo, pois quando o nível da água subisse novamente, corria o risco de todo o resíduo retornar para o rio.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
"Se não tirasse esse lixo, com toda certeza iria voltar para dentro da água. Eu achei essa ação muito bacana, porque é bom limpar, deixar o local todo limpinho e também chamar a atenção do pessoal que está fazendo isso", concluiu.
Fotos: Ney Silva/Acorda Cidade
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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