Feira de Santana

Chuvas no início do ano não favoreceram produção na zona rural, diz presidente de sindicato

Nesse primeiro momento do ano, os agricultores já iniciam as expectativas para o plantio.

30/01/2021 às 17h27, Por Laiane Cruz

Compartilhe essa notícia

Gabriel Gonçalves

No mês de janeiro, a população de Feira de Santana pôde perceber algumas chuvas passageiras, tanto na sede, como na zona rural do município. Este é um período comum de plantio para os agricultores do campo para iniciarem o ano.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana (STR), Conceição Borges, as chuvas que caíram nesse período não garantem o plantio da zona rural.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

"As chuvas no mês de janeiro têm sido chuvas pontuais e localizadas, que por onde passam é bom, principalmente na lavoura, mas não tem sido uma chuva que garante plantar, porque é uma chuva que não molha muito a terra, são cinco minutos e baixa a poeira, então nesse mês não conseguimos plantar nada", afirmou.

Nesse primeiro momento do ano, os agricultores já iniciam as expectativas para o plantio. Segundo Conceição Borges, toda a preparação é para o dia 19 de março, quando é comemorado o dia de São José.

"Os agricultores já começam a se preparar fazendo o plantio a partir de agora, até porque nos últimos anos, principalmente no ano passado, tivemos muita chuva, mas isso não significou uma super safra, principalmente de feijão. Então estamos ligados nessa questão de produzir muito feijão porque ano passado não tivemos boa quantidade, mesmo com tanta chuva. Assim como o feijão, não garantimos as safras de acerola, caju e manga, foi um ano com muita chuva, sem fartura, e esperamos que 2021 possa ser diferente e possamos produzir com qualidade e quantidade", destacou.

Para a presidente do STR, a expectativa é que agora no mês de fevereiro, as chuvas possam cair na região e o plantio que não foi feito no mês passado, possa ser realizado.

"Agora no mês de janeiro, costumamos fazer o plantio do feijão de corda, mangalô, andu, batata e acerola. Como a chuva não chegou, continuamos acreditando que fevereiro seja diferente, temos informações que está chovendo em outras regiões e nosso clamor a Deus é que essa chuva venha agora nesse mês para que possamos ter o nosso tradicional plantio de verão, mantendo a sustentabilidade do campo", disse ao Acorda Cidade.

Na estação do inverno, os agricultores possuem uma plantação específica, mas segundo Conceição Borges, é um plantio para consumo familiar. Já na estação do verão, é conhecido como plantio de subsistência.

"No período do inverno se planta o feijão, milho, aipim, batata-doce e tudo que se planta nesse momento é chamado de antesafra, para o consumo da família. O plantio de inverno é que chamamos de subsistência, o que sustenta e o que sobra, comercializa e são dois períodos importantes para todos os agricultores", explicou.

Entenda a diferença entre plantio de irrigação e plantio pelo tempo

Conceição Borges destaca que o plantio tradicional é gerado pelas estações do ano, e o plantio através da irrigação, é preciso preparar o solo para fazer a plantação.

"Precisamos aguardar a chuva para fazer o plantio normal, então dependemos das estações do ano. O plantio de irrigação, não precisa nada disso, apenas preparar o solo, plantar e irrigar. Quando a produção estiver pronta para ser colhida, o agricultor já tem outro espaço sendo preparado para o plantio, então existe essa diferença, quando estou irrigando, não dependo das chuvas, pois tenho a água para a produção. É importante ressaltar que não possuem o mesmo sabor, um milho, um feijão que foi irrigado, não tem a mesma qualidade do feijão e do milho que foi plantado com as chuvas", disse.

Atualmente cerca de 12 mil famílias vivem da agricultura familiar na região de Feira de Santana e toda produção é comercializada nas Feiras Livres.

"Hoje na zona rural temos em torno de 12 mil famílias que vivem dessa agricultura. Já tivemos um número maior de moradores, mas aqueles que comercializam e produzem o alimento são em torno de 12 mil. Todos esses produtos são comercializados nas Feiras Livres, eventos que são comercializados pela própria comunidade e estamos desde o ano passado com uma nova experiência, a Feira Virtual, e hoje nossos produtos são distribuídos para vários locais. Temos famílias que produzem para grandes mercados e isso é muito importante para a nossa categoria".

Passando também por certas dificuldades, a presidente do sindicato ressaltou a importância da ajuda dos poderes públicos na produção das mercadorias. Segundo Conceição Borges, sem muita chuva na região, localidades da zona rural estão com decreto de situação emergencial.

"Da mesma forma que clamamos a chuva para que possa ajudar em nossa produção, clamamos também junto ao poder público municipal, estadual, federal que comecem a se preocupar com o orçamento público, pois não temos orçamento, a zona rural não possui nenhum local planejado para produzir e beneficiar seus alimentos. Fazemos isso como iniciativa própria, são trabalhos artesanais, mas com muitas dificuldades. Estamos em pleno verão e a zona rural com decreto de situação de emergência, são coisas produzidas pelas famílias e que continuam sustentando as feiras, mas precisamos ter essa conversa com os poderes públicos e iniciar um projeto de sustentabilidade, como uma estratégia para manter o nosso setor gerando renda para os agricultores", finalizou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade