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'Ela desceu [para a UTI] e aí já não vi mais', diz companheiro de mulher que morreu após dar à luz trigêmeos

Camila Conceição teve hemorragia após o parto e morreu na manhã desta quinta-feira (28), e deixa 7 filhos. 'Condições, condições eu não vou ter', diz o pai, o pedreiro José Cardoso.

28/01/2021 às 22h27, Por Rachel Pinto

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"Ela desceu, aí eu não pude descer, eu aí já não vi mais nada, não consegui acompanhar ela, não fiquei junto com ela". A afirmação é de José Cleber Xavier Cardoso, de 34 anos, que perdeu nesta quinta-feira (28) a companheira Camila Cassimiro da Conceição, 32 anos, com que viveu durante 13 anos.

O pedreiro e morador de Itajaí, no Vale, terá a missão de cuidar de sete filhos sem a mulher, que não sobreviveu a complicações depois do parto de trigêmeos, um dia depois de ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Segundo o Hospital Marieta Konder Bornhausen, ela não sofreu problemas na cesariana. No entanto, na quarta (27), teve sangramentos e passou por uma cirurgia de emergência. A causa da morte não foi revelada pela unidade de saúde.

Cardoso diz que conversou e chegou a dar água para a mulher. Ela falou que estava sentindo fraqueza poucas horas depois do parto.

"A gente estava na sala, que já começou o sangramento, aí foi sangramento, foi sangramento, aí não teve jeito mais, fazendo limpeza aí ela foi lá e chamou a médica. A médica subiu e desceu com ela para a UTI. [O hospital disse] que tinha tirado o útero dela, por problema que deu com ela, que eu nem sei explicar direito", disse Cardoso.

Ainda não há detalhes sobre o velório de Camila, mas o corpo deve ser levado para Indiaroba (SE), onde ela nasceu e vive a avó das crianças. Os bebês, Vitória, Breno e Valentina, permanecem no hospital, e estão saudáveis.

'Condições, condições eu não vou ter'

A família de Camila e Cardoso é de Indiaroba (SE). Eles vieram morar no Vale do Itajaí há cerca de dez anos, em busca de melhores condições de trabalho. O município abriga o maior complexo portuário catarinense e tem uma das receitas mais altas per capita (por pessoa) no país.

Na região, Cardoso trabalha como pedreiro e Camila ficava em casa com as crianças. Ele disse que irá contar inicialmente com a ajuda da mãe e irmãos. "Condições, condições eu não vou ter. Mas tenho que seguir em frente. Minha mãe está aí, vai me ajudar. Agora é pensar positivo. Vai dar tudo certo".

Cardoso também afirmou que as doações serão necessárias no momento. "Quem puder pra doar, que tiver vontade de fazer uma doação e puder ajudar, estamos aí pra receber essa ajuda".

Doações de alimentos e roupas podem ser entregues na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Murta, na Rua Orlandina Amália Pires Corrêa, 300, em Itajaí.

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município informou que está acompanhando a família e oferecendo suporte, bem como orientando sobre os auxílios natalidade, Bolsa Família e os federais.

O Conselho Tutelar disse que irá verificar a situação da família para dar o suporte necessário.

Nascimento dos trigêmeos

Além dos trigêmeos, Camila teve mais quatro meninas de 13, 11 e duas de 3 anos. Com o nascimento de Vitória, Breno e Valentina, ela saltou de mãe de quatro para sete. Segundo a unidade de saúde, os três nasceram de 36 semanas de parto cesariana.

O pai lembra que ficaram felizes com a notícia da chegada dos trigêmeos. "É bom, né, é bom. Ficamos felizes. Eu queria ter um menino homem e agora que veio".

A chegada dos recém-nascidos foi comemorada por ser considerada um caso raro na unidade de saúde. Segundo a assessoria do hospital, este é o primeiro caso de trigêmeos registrado em 2021. No ano passado, o hospital registrou apenas um caso trigemelar. Em nota, o hospital se manifestou dizendo que “solidariza com a família enlutada” e que prestará todo apoio.

Fonte: G1

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