Novembro Negro

Feirense busca valorização da beleza negra através das lentes fotográficas

De acordo com o fotógrafo, quando as pessoas de pele negra são fotografadas, expostas como modelos, principalmente de moda, há a presença do empoderamento e da autoestima.

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Gabriel Gonçalves 

A morte de Zumbi dos Palmares é sempre lembrada no dia 20 de novembro, marcado pelo Dia Nacional da Consciência Negra. Há décadas, o mês de novembro se tornou referência para atividades que inspiram a luta, resistência do povo negro que enfrentou e ainda enfrenta o racismo dentro da sociedade. 

Natural de Feira de Santana e aniversariante do mês de novembro, o fotógrafo ou aprendiz da fotografia, como assim afirmou em entrevista ao Acorda Cidade, Edvaldo de Jesus Sampaio, conhecido como Sampaio Mamutt, descobriu através das fotografias, a liberdade e o prazer em fazer registros de pessoas negras se identificando com a cor da própria pele. 

"Eu comecei a fotografar há dois anos, a partir de um curso oferecido no Cuca (Centro Universitário de Cultura e Arte da Uefs). Eu tinha como objetivo me desestressar, trabalho em uma empresa multinacional e você acaba tendo uma carga muito grande de forma psicológica. Iniciei os estudos e aprofundar na fotografia, virou um vício muito gostoso. Fui procurando o que mais gostava, até chegar nas fotografias de pessoas negras, minha raça, minha cor, e que me identifico bastante", disse. 

Mamutt afirmou que é do tempo em que as bonecas eram apenas loiras e de olhos azuis, os personagens da TV com pele clara ao exemplo do Zorro, Super Homem, Mulher Maravilha, sem referências para as crianças negras. 

"Minha mãe esticava cabelo a ferro, penteava cabelos crespos das minhas irmãs e quando se trata de beleza pra mim, é mostrar como somos belos e ainda existe um grande espaço para ser ocupado por todos nós. Infelizmente hoje com a explosão da internet, observamos a supremacia da pele branca quando se trata de beleza", afirmou. 

De acordo com o fotógrafo, quando as pessoas de pele negra são fotografadas, expostas como modelos, principalmente de moda, há a presença do empoderamento e da autoestima. 

"Quando os negros não veem a sua imagem nos meios de marketing, ou até mesmo como protagonistas nas cenas de filmes e novelas, ou em sites de fotografias, estas pessoas se sentem desvalorizadas. Então quando somos fotografados, temos um ponto a mais de empoderamento", salientou. 

Segundo Mamutt, o melhor pagamento como forma de retribuição do trabalho, são os agradecimentos dos clientes. 

"Quem nunca imaginou uma noiva negra e careca? Isso é muito lindo! Registrar fotos de casais negros, uma bailarina negra que teve sua foto super curtida e comentada, esse retorno é maravilhoso, ainda mais com todos os agradecimentos que recebo. Esse é um ótimo trabalho que faço junto com uma grande amiga Priscila Fernandes, na produção das fotografias", finalizou.

Fotos: Aquivo Pessoal