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O Coletivo de Artistas e Agentes Culturais dos Territórios de Identidade e Interior da Bahia (Cactiba) realiza no próximo final de semana (sábado e domingo, dias 26 e 27) a 1ª Pré-conferência Popular de Cultura do Interior Baiano. O tema do evento é “Por um Movimento Social de Revoltação das Culturas”.
Serão dois dias com uma programação especial, com debates, discussões e intervenções culturais que visam inserir, dentre outras demandas, a centralidade da cultura na agenda social, política e institucional em nosso Estado e país.
Sobre essa iniciativa, o Cactiba se posiciona da seguinte forma: “Estamos em estado permanente de emergência para a Cultura! E agora, mais do que nunca, é fundamental reorganizar os movimentos culturais que são, também, movimentos sociais políticos”.
O coletivo afirma com veemência que esse espaço de debate, que traz o tema “Por um Movimento Social de Revoltação das Culturas”, pretende, a partir de experiências de movimentos de militância cultural, apontar perspectivas para a organização e re-existência de movimentos culturais na Bahia.
Diante deste cenário, um questionamento se impõe: “Como preservar a cultura e mantê-la forte e ativa diante da crise iniciada em 2016 e que se intensifica, nos dias de hoje, com o conservadorismo do desgoverno e com a pandemia?”
A Pré-conferência Popular de Cultura do Interior Baiano é uma ação que envolve agentes e artistas de todo interior do Estado, dos mais variados municípios, e antecede a Conferência Popular de Cultura, de caráter nacional, prevista para outubro.
A transmissão da Pré-conferência será realizada através do canal do YouTube do Cactiba. As inscrições estão abertas no perfil do Cactiba no Instagram. Quem realizar a inscrição, poderá participar das mesas através das nossas salas no Zoom. A programação completa pode ser acessada no site: iteia.org.br/cactiba
Esta mobilização se caracteriza como um grito, como uma atitude de quem não abate diante dos desafios e das dificuldades que são impostas de todas as maneiras, de quem mostra sua arte e seu ímpeto por transformar e seguir e este é o espírito do poema de Cléber Eduão: Carapaças.
Então seremos couraça
Para vestir o coração
Um cobertor pra esse chão
E deixar de ser vidraça.
Então seremos cabaça
Para regar o sertão
Para germinar as mãos
E outras vozes na praça.
Então seremos pirraça
Em verso, prosa, canção
E onde houver multidão
Que não persista a mordaça.
E seremos carapaças
Um escudo em cada casco
Para evitar todo o asco
E as cortinas de fumaça.
Vem vagar com esse lume vindouro
Vaga-lume a lumiar
Mangangá, vem assumir-se besouro
Vem Joaninha costurar.