Bahia

'Caixa do estado está na UTI, funcionando com respirador', afirma Rui Costa

Segundo o governador, ele não pode garantir que o Estado conseguirá pagar o salário dos servidores a partir de julho.

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Orisa Gomes

A crise econômica desencadeada pela pandemia do coronavírus atingiu também o orçamento do governo da Bahia e há o risco de comprometer até mesmo o salário dos servidores públicos, a partir de julho deste ano. Ao ser questionando sobre a situação do caixa do Estado durante entrevista para a Rede Baiana de Rádio (RBR) e Rede de Rádio Comunicação (RRC) nesta segunda-feira (11), o governador Rui Costa disparou: “Está na UTI, funcionando com respirador”.

Segundo Rui, a situação é dramática para estados e municípios em todo o mundo, diferente das nações que têm reservas e possibilidades financeiras infinitamente mais flexíveis. “O Estado não imprime dinheiro, o município não imprime dinheiro, não tem reservas financeiras. Só quem possui essas reservas e outras possibilidades de recursos é a União, em qualquer lugar do mundo, não só do Brasil. A União tem apoiado os municípios e os estados para sobreviver nesse momento, porque a arrecadação do Estado é uma função direta para o consumo: se o consumo despencou, despenca a arrecadação”, explicou.

O socorro emergencial aprovado pelo Senado – que cria o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus. para prestar auxílio financeiro de até R$ 125 bilhões a estados, Distrito Federal e municípios –  é, segundo o governador, o que vai possibilitar a manutenção dos serviços básicos, principalmente nas áreas de saúde, segurança e educação. O projeto ainda precisa ser sancionado pelo presidente da República Jair Bolsonaro, para que os recursos cheguem. 

Pagamento dos servidores

Diante da imprevisibilidade do cenário de enfrentamento ao coronavírus, o governador alerta, inclusive, os servidores públicos do estado para não se endividarem, já que há risco de o Estado não conseguir pagar os salários a partir de julho. Rui ressaltou que o assunto foi polemizado há cerca de duas semana, após ter sido questionado por um jornalista sobre a possibilidade e responder que sim. “Eu não posso responder o contrário. Toda vez que o governador fala, significa que tem milhares de pessoas ouvindo, servidores, empresários e as pessoas precisam se programar. Eu disse claramente: 'Não façam novas dívidas que comprometam a sua capacidade de pagamento, porque não sabemos o que pode acontecer'", reforçou.

Se a pergunta for refente ao pagamento dos meses de maio e junho, Rui afirma que estão garantidos, quanto aos seguintes não pode dizer o mesmo. "Eu não sei como vai se comportar a economia. Se eu respondesse o contrário: 'Não, fiquem tranquilos, não tem mínima possibilidade de atraso até dezembro desse ano', o cabra vai lá e enfia o pé na jaca, faz novas compras e depois vai me acusar", cogitou.

O governador ressaltou, entretanto, que vai trabalhar para que não haja “nenhuma intercorrência”, mas vai seguir mantendo “esse padrão de sinceridade com a população”. “Estou recomendando que não aumente o nível de endividamento, para que a gente consiga passar essa tempestade que é a maior, sem dúvida, que a humanidade já passou nos últimos 100 anos”, concluiu.