Educação

Sem merenda e água, alunos de escola municipal de Feira de Santana são liberados mais cedo das aulas

Segundo a mãe de um aluno, desde que as aulas começaram não há merenda na instituição e com a falta de água, o banheiro apresenta odor insuportável e as crianças estão sendo liberadas mais cedo do horário normal de aulas.

Ilani Silva

A escola municipal Jonathas Teles de Carvalho, localizada no bairro da Conceição, está sendo alvo de reclamações de pais, alunos, professores e direção, por conta da falta de merenda e água para os estudantes.

Segundo a mãe de um aluno, desde que as aulas começaram não há merenda na instituição e com a falta de água, o banheiro apresenta odor insuportável e as crianças estão sendo liberadas mais cedo das aulas.

Em reunião, os professores informaram que não há condições de lecionar sem água com o calor que Feira de Santana vem apresentando.

“Nós damos todas as aulas, mas com horário reduzido, a direção providenciou a água, porém não foi suficiente e as crianças ficavam a manhã inteira no calor e sem merenda”, disse a professora Naudira.

A verba para a merenda escolar é enviada pelo Governo Federal através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), e de acordo com a professora Sheila Leão houve aumento de 52% do recurso em relação ao ano passado, no entanto não se percebe o impacto desta valorização no ensino.

“Vemos investimentos em informatização, é importante mas o necessário não acontece na escola, então nosso questionamento é: onde está o dinheiro da merenda?”, indagou.

A diretora do colégio, Neuma Ribeiro, relatou que a secretaria de Educação tem conhecimento de todos os problemas na instituição, pois tem como prova os ofícios encaminhados, no entanto a situação continua e, além disso, a unidade escolar passa por uma reforma desde 2010 que até o momento não foi concluída.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário José Raimundo de Azevedo informou que já realizou uma reunião com o setor de distribuição e depósito das merendas com o objetivo de acelerar o roteiro das entregas nas escolas. Porém, mencionou alguns problemas durante o fornecimento.

“Algumas escolas estão fechadas quando chega o carro de entrega, na sexta-feira antes do carnaval, por exemplo, todos nos trabalhamos, mas as escolas estavam fechadas, isso prejudicou o roteiro”, disse.

Por outro lado, o secretário comentou que há escolas que não gostam da merenda abastecida com feijão, arroz, carne, macarrão e preferem suco, biscoito e iorgute porque são itens que dão menos trabalho.

“As a crianças não podem ter todo dia o mesmo cardápio, com isso é muito complicado resolver a situação”, relatou.

José Raimundo Azevedo também informou que já solicitou estudo do setor de alimentação para que as verbas possam ser descentralizadas da secretaria e repassadas para cada diretoria das unidades de ensino, afim de que as mesmas se responsabilizem pela compra da merenda. As informações são do repórteres Ed Santos e Paulo José do programa Acorda Cidade