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Ao menos 40 pessoas morrem pisoteadas em funeral de Soleimani, no Irã
As cerimônias de hoje, durante as quais o povo iraniano continua a exigir vingança contra os Estados Unidos, marcam o final de três dias do luto nacional.
07/01/2020 às 12h02, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
Agência Brasil – Pelo menos 40 pessoas morreram pisoteadas e 213 estão feridas após uma debandada nas ruas de Kerman, onde ocorrem nesta terça-feira (7) as cerimônias fúnebres de Qassem Soleimani, general iraniano morto pelos Estados Unidos na semana passada. Dezenas de milhares de pessoas estão nas ruas da cidade natal daquele que é considerado um herói do Irã.
As cerimônias de hoje, durante as quais o povo iraniano continua a exigir vingança contra os Estados Unidos, marcam o final de três dias do luto nacional.
“Infelizmente, como resultado da desordem, alguns dos nossos compatriotas ficaram feridos e outros morreram durante as cerimônias fúnebres”, disse o chefe dos serviços de emergência do país à televisão estatal iraniana Press TV.
Momentos antes, o líder da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, ameaçou incendiar lugares próximos dos Estados Unidos, provocando gritos de “Morte a Israel!” entre a multidão que se encontrava na praça central de Kerman para assistir ao funeral.
Hossein Salami elogiou os feitos do general Soleimani e disse que, como mártir, este representava uma ameaça ainda maior aos inimigos do Irã. “Vamos nos vingar. Vamos incendiar os locais que [os Estados Unidos] apreciam”, afirmou o líder militar.
Cenários de vingança
No momento em que dezenas de milhares de pessoas, vestidas de preto e empunhando imagens de Soleimani, se reuniram na cidade natal do general, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã disse que o país considera 13 “cenários de vingança” como retaliação contra os Estados Unidos.
“Os americanos devem saber que, até ao momento, 13 cenários de vingança foram discutidos pelo Conselho e, mesmo que cheguemos a um consenso do mais fraco dos cenários, levá-lo a cabo poderá ser um pesadelo histórico para os EUA”, disse Ali Shamkhani.
Antes destas declarações, o Parlamento iraniano tinha anunciado a aprovação de uma lei que classifica todas as forças armadas norte-americanas como terroristas.
A decisão altera uma lei recente que já declarava como terroristas as forças dos EUA enviadas da África à Ásia Central, passando pelo Médio Oriente. Agora, essa denominação foi estendida ao Pentágono, a todas as forças norte-americanas restantes e a todos os envolvidos na morte de Soleimani.
Alemanha retira militares do Iraque
Ainda nesta terça-feira, as forças armadas alemãs anunciaram a retirada de parte dos soldados, atualmente baseados no Iraque, em missões de formação para serem transferidos para a Jordânia e para o Kweit, devido às tensões na região.
De acordo com o Ministério da Defesa alemão, o contingente que está em Bagdade e em Taji, ao norte da capital iraquiana, com cerca de 30 pessoas, vai ser apenas “provisoriamente reduzido” e essa realocação vai “começar em breve”.
Além dos militares baseados na capital do Iraque e proximidades, a Alemanha conta com tropas no Curdistão iraquiano, também em missões de treino das forças de segurança locais.
No total, Berlim possui atualmente cerca de 120 militares no Iraque, no âmbito da coligação internacional contra o autoproclamado Estado Islâmico.
Ayatollah preside cerimônia
O enterro do comandante da força de elite iraniana Al-Quds vai ocorrerá no Sul do Irã, em uma cerimônia que vai ser presidida pelo líder supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei.
Qassem Soleimani morreu na sexta-feira (3) em um ataque aéreo contra o carro em que seguia, próximo ao aeroporto internacional de Bagdá, ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O Irã prometeu vingança e anunciou no domingo (5) que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015, documento que os Estados Unidos abandonaram em 2018.
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