Saúde
Infecção sexualmente transmissível pouco conhecida pela população cresce 100% em Feira de Santana
O HTLV ataca o sistema de defesa do organismo.
11/12/2019 às 12h55, Por Rachel Pinto
Ney Silva
O HTLV uma infecção sexualmente transmissível (IST), semelhante ao vírus da Aids (HIV), vem crescendo de forma assustadora na cidade de Feira de Santana. Os dados da Vigilância Epidemiológica são preocupantes. Em 2018, 50 casos foram confirmados e este ano 97 casos já tem a confirmação.
Para alertar a comunidade sobre os meios de prevenção e controle da doença HTLV, a Vigilância Epidemiológica promoveu uma ação nesta quarta-feira (11), no Departamento de Infectologia. A supervisora da vigilância Epidemiológica, Neuza Silva Santos explicou que o HTLV é um vírus linfotrópico de células humanas, configura-se como uma doença silenciosa e que em poucas pessoas os sintomas são manifestados.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“É uma doença preocupante e não apresenta de forma geral sintomas. Pode ser transmitida através do parto, da amamentação, via relação sexual desprotegida, transfusão sanguínea, além do compartilhamento de seringas contaminadas”, disse.
Fazendo um comparativo entre o vírus HTLV e o vírus HIV, Neuza Silva Santos esclareceu em entrevista ao Acorda Cidade que ambos atacam o linfócitos tipo ‘T’, do sistema de defesa do organisno. Segundo ela, não há muitas diferenças nesse sentido.
“É uma IST é uma doença que a diferença principal é que infelizmente não tem tratamento, como é o caso do HIV. O vírus da Aids, por exemplo, pode ser tratado através de coquetéis de medicamentos e o paciente pode ter uma sobrevida. Já o HTLV não, o paciente uma vez diagnosticado, a depender do seu organismo se ele for desenvolver as sequelas dessas doenças, pode vir a ter dores em membros inferiores, fraquezas, dormências e formigamento dos membros. Pode evoluir até com paralisia dos membros, levando inclusive a tetraplegia, dificuldade de defecar e urinar. Há um grande comprometimento motor”, frisou.
Iracilda Araújo, enfermeira que também trabalha na supervisão da Vigilância Epidemiológica do Programa IST/HIV/Aids, informou ao Acorda Cidade que foram notificados no ano de 2018 na cidade 61 casos. Sendo 50 confirmados e 11 descartados. Em 2019 até o momento há 105 casos notificados, sendo que desse total, 97 estão confirmados e 8 descartados. Há ainda mais 20 casos que serão encaminhados para análise.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
“Houve um crescimento grande e hoje estamos em busca desses pacientes portadores do vírus. Estamos fazendo mapeamento, busca ativa, estamos ligando para essas pessoas oferecendo tratamento, consultas e estamos tendo uma boa resposta”, declarou.
A doença é detectada através de exame de sangue específico.
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