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Com o início do segundo semestre, a preocupação de quem se prepara para o vestibular aumenta e, entre os principais fatores de classificação nas provas – e o que mais aflige os vestibulandos – é a redação. Dependendo da instituição e do curso escolhido, a nota alcançada no texto é fator determinante para a aprovação, ou não, do estudante. No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a nota da redação pode significar a desqualificação do candidato.
Neste ano, as polêmicas a respeito do Enem têm se intensificado, principalmente sobre os assuntos abordados tanto nas questões objetivas, quanto na redação. O palpite dos especialistas é que nenhum tema com viés que pode ser interpretado como ideológico deve ser abordado. O professor de Redação do Curso Positivo, Gabriel Félix, deduz que, com o alinhamento atual do Ministério da Educação (MEC), provavelmente temas polêmicos em relação a questões de gênero ou direitos humanos não devem aparecer nas redações do Enem. “A redação deve fugir de reflexões diretamente ligadas a alinhamentos político-ideológicos, uma vez que o governo já afirmou, mais de uma vez, que revisará a prova antes de sua aplicação”, explica.
Assuntos neutros ou de interesse geral são a aposta do professor. “Imaginamos temas como a tendência de envelhecimento da população brasileira, que já apareceu em vestibulares importantes neste ano, ou que combinem com a pauta do governo, como a inclusão de pessoas com deficiência nos espaços públicos – assuntos que não virem um debate de esquerda versus direita”, prevê.
Além disso, Félix lembra que as regras do Inep (órgão responsável pelo Enem) relacionadas à correção da prova continuam as mesmas: o candidato pode zerar a nota caso desrespeite os direitos humanos; não redija um texto dissertativo-argumentativo; escreva um número menor de linhas que o exigido; escreva impropérios ou faça desenhos; deixe a folha em branco; ou fuja do tema proposto. Segundo ele, é importante sempre respeitar os requisitos, levar em consideração o tema e fazer uso de referências externas e bem fundamentadas na elaboração da redação.
A melhor média brasileira na redação
A melhor média do Brasil na redação ficou com a Escola Educação Criativa, de Ipatinga (MG), com 918.36 pontos. No total, 110 alunos da instituição fizeram a prova – e a aluna Áurea Ruback alcançou 980 pontos na redação, garantindo a aprovação no curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para ela, o segredo para o resultado é a disciplina e persistência: “tivemos dedicação o ano inteiro, produzimos textos duas, às vezes três vezes por semana, contando ainda com os simulados e plantão de redação. Todo o processo foi muito intenso”.
A professora de redação da Escola Educação Criativa, Ivanilda Guimarães, explica que esse resultado foi alcançado com o uso do Sistema Positivo de Ensino em uma metodologia diferente, que preza pela individualização do aluno na hora de explicar o conteúdo. “O estudante tem um momento em que senta com o professor, faz e refaz a redação até que fique excelente. Além disso, a produção bem feita é fruto de uma articulação com todas as outras áreas e conteúdos do conhecimento, que são importantes para a construção de um texto completo”, diz a professora.