Educação

Professores da Uefs fazem ato público no Centro de Abastecimento

Eles se concentraram na Praça do Tropeiro e distribuíram panfletos a quem passava pela ruas.

Professores da Uefs fazem ato público no Centro de Abastecimento Professores da Uefs fazem ato público no Centro de Abastecimento Professores da Uefs fazem ato público no Centro de Abastecimento Professores da Uefs fazem ato público no Centro de Abastecimento

Ney Silva e Andrea Trindade

Os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) estão há mais de uma semana em greve, e como parte do calendário de mobilizações, dirigentes da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs) realizaram um ato público no Centro de Abastecimento. Vários professores se concentraram na Praça do Tropeiro e distribuíram panfletos para quem passava pela ruas.

O professor André Uzeda, diretor da Adufs, informou ao Acorda Cidade que no próximo dia 25 haverá um ato público no Campo Grande em Salvador, e que a categoria conseguiu se reunir com o governador Rui Costa, mas as propostas apresentadas ainda não atendem a pauta de reinvindicação da categoria.

“Na grave de 2015 demorou muito para negociar com os professores e agora já sentamos mas as propostas que tem aparecido ainda é muito aquém da necessidade que os professores têm. A pauta é a mesma praticamente desde 2016 que agente vem apresentando e o governo se recusando a sentar com a gente. Depois da greve ele liberou 36 milhões para as universidade, mas esse valor dividido para quatro universidades apenas para obras e equipamentos não atende o nosso pedido. Além disso, tem a questão da reposição salarial e reajuste salarial. Temos um item relativo a direitos que desde 2015 o governo Rui Costa vem tentando diminuir, como licença sabática, licença-prêmio, transportes, ele mexeu agora no Estatuto do Magistério Superior, que a gente conseguiu enfrentando governos Carlistas, e também as promoções, que têm causado muita insatisfação”, informou o professor ao Acorda Cidade.

O motivo da greve

De acordo com a Adufs, estão entre os motivos da greve a falta de reajuste salarial, o contingenciamento da verba para as universidades e as mudanças no Planserv.

Confira a seguir os principais motivos comuns entre as universidades que justificam a greve, segundo a Associação dos Docentes da Uefs:

1) Direitos trabalhistas – Nas quatro universidades estaduais, direitos trabalhistas garantidos por lei aos docentes são desrespeitados, a exemplo das promoções, progressões e alterações de regime de trabalho;

2) Recomposição da inflação – O último reajuste das perdas inflacionárias do ano anterior ocorreu em 2015. Há quatro anos sem a recomposição, os salários já sofreram perdas que superam 25%;

3) Arrocho salarial – Há seis anos os docentes não possuem aumento real em seus salários, ou seja, um acréscimo acima da inflação. O último, em 2013, foi de 7% no salário base, conseguido somente após um forte processo de mobilização da categoria, que quase resultou numa greve;

4) Alíquota previdenciária – Deputados da bancada do governo votaram a favor, no dia 12 de dezembro de 2018, e o governador aprovou a lei (lei nº 14.031/2018) que aumenta a alíquota previdenciária estadual paga pelo servidor de 12% para 14%;

5) Alteração do Estatuto do Magistério Superior – No dia 20 de dezembro do ano passado, o governo alterou o Estatuto do Magistério Superior e retirou dos docentes com Dedicação Exclusiva a possibilidade de utilizarem mais tempo à pesquisa e extensão;

6) Planserv – Em dezembro do ano passado, por meio da aprovação da Lei nº 14.032/18, os repasses orçamentários do governo para o Planserv foram reduzidos em 50%, passando de 4% para 2%;

7) Contingenciamento orçamentário – há alguns anos existe contingenciamento orçamentário nas rubricas de manutenção e investimento das universidades. Desde 2012, o movimento docente reivindica o aumento do repasse do Estado para 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI). Atualmente o valor é 4,9% da RLI;

8) RH Bahia – O novo sistema criado pelo governo em janeiro deste ano para gerenciar a gestão de pessoas no Estado tem como função aumentar o poder de controle do governo sobre o pagamento dos servidores. Além de ferir a autonomia das universidades, o programa apresenta vários problemas, que vão desde dificuldade de acessar a página, ao não pagamento de benefícios e, até mesmo, ao não pagamento dos salários;

9) Falta de autonomia – Problemas como os contingenciamentos e o RH Bahia causam indignação à categoria. Demonstram a alta interferência dos órgãos gestores do Estado e o ataque à autonomia universitária.