Educação

Classes hospitalares são inauguradas em dois hospitais em Feira de Santana

240 estudantes beneficiados deverão ser beneficiados em Feira de Santana.

Classes hospitalares são inauguradas em dois hospitais em Feira de Santana Classes hospitalares são inauguradas em dois hospitais em Feira de Santana Classes hospitalares são inauguradas em dois hospitais em Feira de Santana Classes hospitalares são inauguradas em dois hospitais em Feira de Santana

Laiane Cruz

Os Hospitais Estadual da Criança (HEC) e Geral Clériston Andrade (HGCA) inauguraram na última quinta-feira (8), duas classes hospitalares. A ação faz parte do Serviço de Atendimento à Rede em Ambiências Hospitalares e Domiciliares (Sarahdo) desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado. O serviço possibilita a estudantes internados o acesso à educação. 240 estudantes beneficiados deverão ser beneficiados em Feira de Santana. 

De acordo com Veruska Poltronieri, coordenadora das classes hospitalares e domiciliares da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, a modalidade oferece atendimento pedagógico e educacional, que é um direito assegurado, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), aos pacientes que estão internados.

“Os nossos professores são da rede estadual de ensino. Eles passam por uma formação continuada. Essa formação é de dois módulos, onde é falada toda a parte de educação hospitalar, como é o processo de avaliação e depois o módulo de saúde. Os professores são das áreas de licenciaturas, das áreas de humanas, exatas e linguagens. O atendimento é realizado no próprio leito, quando o paciente não tem possibilidade de locomoção, ou num espaço que o hospital adapta para as aulas acontecerem”, informou, em entrevista ao Acorda Cidade.

Segundo ela, há três variáveis para o atendimento. “Primeiro, a gente tem o aluno que já pode estar matriculado na rede estadual de ensino e nós cadastramos, solicitamos o currículo da escola e fazemos uma adequação durante esse período em que ele está no hospital. O segundo perfil de atendimento é aquele aluno, normalmente com patologias crônicas, que nunca puderam estudar ou até que iniciaram, mas tiveram intercorrências, estando frequentemente no hospital, como problemas ortopédicos, neurológicos, cardiopatas. Eles vão ter o atendimento e vamos matriculá-los na escola estadual e quando saem vão para a escola. E tem o atendimento a domicílio, que é quando o paciente passa pelo processo hospitalar, mas que teve uma situação séria e não vai mais poder voltar para a escola”, explicou.

Veruska Poltronieri ressaltou ainda que o interesse dos alunos pacientes é muito grande, pois eles estão bastante ociosos no ambiente hospitalar, tem o afastamento do grupo social, que é a família e os amigos, e como a escola é o segundo grupo social que o sujeito está inserido, o professor nesse contexto é muito importante.

“Por essa razão, inclusive, a escola passa a ter um trabalho de humanização hospitalar e temos dados científicos de pacientes oncológicos que tiveram uma boa recuperação durante o processo quimioterápico quando estavam tendo aula. As aulas podem variar até 50 minutos por área. Esse tempo quem define é o próprio paciente porque depende do estado clínico”, disse.

A coordenadora do serviço social do Hospital Geral Clériston Andrade, Carina Carvalho, a modalidade de ensino surgiu através de uma legislação do Ministério da Educação, que foi adotada também pela Secretaria de Educação do Estado, a qual foi apresentada o HGCA há mais ou menos um mês. 

"Nós analisamos a proposta e resolvemos aderir em virtude do benefício que isso poderia trazer para os pacientes internados. O acesso à educação é para todos. Então essa é uma iniciativa do hospital e da Secretaria de Educação na perspectiva também de tentar trazer um atendimento integral à saúde, que possa também permitir não só a reabilitação da saúde, mas o acesso à educação”, ressaltou.

Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.