Minha Casa, Minha Vida

Secretário diz que inscritos em programa habitacional forjam dados e mentem

A inadimplência já preocupa a Caixa. Isso porque, a entrega do empreendimento é recente e há o temor de que essa situação se repita em outros locais.

Andréa Trindade

O site do jornal Estadão publicou, na noite de ontem (20), informações referente à venda ilegal de imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida em Feira de Santana, pelos próprios contemplados.   O site destacou que em apenas seis meses após a entrega das chaves, o primeiro empreendimento para famílias de baixa renda tornou-se uma espécie de assentamento urbano com comércio ilegal de apartamentos e abandono dos imóveis por falta de pagamento das prestações de R$ 50.

Após divulgação da matéria no programa ACORDA CIDADE as informações ganharam grande repercussão em Feira de Santana e região, na manhã de hoje (21). De acordo com o Estadão, das 440 unidades do residencial distribuídas em 22 blocos, 50 já foram ilegalmente negociadas pelos ocupantes de direito, escolhidos pela Prefeitura em parceria com a Caixa Econômica Federal.  Os contemplados eram pessoas que tiveram as casas condenadas depois da enchente que atingiu o bairro Feira X, a cerca de dez quilômetros dali, em 2007.

– O Residencial Nova Conceição, foi o primeiro empreendimento para famílias com renda de até R$ 1.395 entregue no País e recebeu duas visitas do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na campanha presidencial, Dilma levou ao ar no horário eleitoral gratuito o condomínio como exemplo bem-sucedido de política pública para os mais pobres.

O deputado estadual José Neto disse ao ACORDA CIDADE  que deve haver mais rigor nos critérios de seleção por parte da prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria Municipal de Habitação, principalmente no requisito renda mínima.

Ainda de acordo com o deputado, a Caixa Econômica Federal, trabalha com percentual de inadimplência aceitável e que irá se posicionar caso a inadimplência aumente.

O secretário municipal de Habitação, Gilberto Ruy, disse que a prefeitura faz uma pré-seleção.
“Há vários processos que vão definir as pessoas a serem beneficiadas. O que temos no cadastro é muito pouco para definir a verdadeira carência destas pessoas. Todas estão dentro do critério, mas infelizmente elas forjam seus dados, mentem e por isso não encontramos aquelas que estão precisando de fato”, explicou o secretário.
 

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