Vandalismo levou R$ 2,5 milhões da prefeitura de Salvador em todo ano de 2010

O povo reclama da corrupção, da cidade suja, dos pontos turísticos depredados, dos parques mal cuidados, dos monumentos esquecidos. O povo reclama de tudo. Chegou a hora de reclamar do povo. No ano de 2010, quase R$ 2,5 milhões saíram dos cofres da prefeitura e escorreram pelo ralo do vandalismo em Salvador. Os vândalos estão por aí e são de vários tipos. Há os que destroem. Quebram pontos de ônibus, arrancam latas de lixo, depredam orelhões e destroçam equipamentos dos parques. Existe o tipo que rouba. Semana passada, a porta do banheiro do mirante do Jardim de Alá, na orla, foi arrombada. Levaram torneiras, descargas e tampas de vasos sanitários. Tem também os engraçadinhos, como os que pintaram bocas, olhos e rostos das estátuas da Praça da Piedade. Há, finalmente, os porcalhões. Picham muros, sujam as praias e jogam lixo pela janela do carro.

Em pleno Verão, o turista desembarca de um transatlântico, sobe o Elevador Lacerda e a primeira imagem que tem da Baía de Todos os Santos é vista por um buraco aberto na vidraça. “Rapaz, de madrugada tem de tudo aqui. O pessoal pinta, borda, assalta e ruma pedra”, disse, sem se identificar, um funcionário. Assim como o Lacerda, as estações de transbordo sofrem com a população mal educada. O maior terminal de ônibus da capital, a Lapa, é o vandalismo em forma de estação. Todos os meses, entre R$ 100 mil e R$ 150 mil são consumidos para repor equipamentos destruídos. As pichações são o primeiro e mais visível sinal de depredação. Mas os banheiros da Lapa, onde a cada trimestre são gastos nada menos que R$ 40 mil, são os mais devastados. (Correio)