Aniversário de Feira

Após reforma, Casarão dos Olhos D'Água deve ser transformado em memorial

O casarão deve ser considerado um patrimônio cultural e histórico da cidade.

Após reforma, Casarão dos Olhos D’Água deve ser transformado em memorial Após reforma, Casarão dos Olhos D’Água deve ser transformado em memorial Após reforma, Casarão dos Olhos D’Água deve ser transformado em memorial Após reforma, Casarão dos Olhos D’Água deve ser transformado em memorial

Laiane Cruz e Orisa Gomes

Atualizada às 14:35

Tido como a primeira habitação erguida em Feira de Santana pelos fundadores da cidade, o casal Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa, o Casarão Olhos d’Água é um patrimônio histórico e cultural do município. Construído no século XVIII, por volta de 1700, na fazenda Olhos d'Água, o casarão passou por uma ampla reforma através de projeto do FazCultura e foi entregue à comunidade em 2006.

Sob os cuidados da Fundação Alfredo da Costa Almeida Pedra, a promessa era a de ser transformado em um ponto turístico e local para cursos, o que não aconteceu. Os anos se passaram e o casarão voltou a assumir aspectos de abandono. Em 2017, a Fundação Cultural Egberto Tavares Costa passou a administrar o espaço.

De acordo com o presidente da entidade, Antônio Carlos Coelho, o casarão foi entregue à Fundação Egberto Costa em total estado de abandono, com uma parte do telhado já desmoronada e outra ameaçando cair.

“Então a primeira providência que nós tomamos foi exatamente contratar uma empresa para fazer um projeto arquitetônico para reforma e recuperação do casarão. Esse projeto levou alguns meses sendo realizado e, recentemente, chegou às nossas mãos. Nós o encaminhamos para o Departamento de Licitações e Contratos, da Secretaria Municipal de Administração, a fim de proceder a licitação e apenas estamos aguardando que a licitação seja realizada”, afirmou ao Acorda Cidade.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Conforme Antônio Carlos Coelho, após recuperado, o casarão dos Olhos D’Água deve ser transformado no Memorial do Vaqueiro. Ele reiterou, ainda, o motivo pelo qual o casarão deve ser considerado um patrimônio cultural e histórico da cidade, mas defendeu que o imóvel, na verdade, nunca pertenceu ao casal fundador da cidade, conforme pesquisas de historiadores revelaram.

“Segundo alguns historiadores, ali teria sido a residência de Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa, casal que fundou Feira de Santana. Mas, o Monsenhor Renato Galvão, que era um pesquisador muito dedicado à história de Feira, conseguiu provar à sociedade feirense que aquele casarão nunca pertenceu ao casal. O saudoso Monsenhor argumentava que o casal fundador da cidade ergueu uma capela, onde hoje é a Praça Matriz. Então, subtende-se que se foi construída uma capela na Matriz, o casal devia ter morado por ali. No entanto, o Monsenhor Galvão nas suas pesquisas na Biblioteca Central de Salvador conseguiu provar que o casarão tem um valor histórico também, porque era um local de encontro de tropeiros. Ali era um ponto de encontro e também tem o seu valor histórico porque foi de uma época muito remota. Essas são as duas versões históricas sobre o casarão, que recuperado terá implantado o memorial do vaqueiro”, finalizou.