Educação

Professores da Uefs farão protesto no Dois de Julho

A concentração para o protesto, realizado em conjunto com os docentes das demais instituições públicas baianas de ensino superior, está marcada para às 7h30, no Largo da Lapinha.

Acorda Cidade

Os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) ocuparão o tradicional desfile cívico ao Dois de Julho, na próxima segunda-feira (2), em Salvador, para reivindicar direitos trabalhistas, denunciar o sucateamento das universidades do estado da Bahia e o maior arrocho salarial dos últimos 20 anos. A concentração para o protesto, realizado em conjunto com os docentes das demais instituições públicas baianas de ensino superior, está marcada para às 7h30, no Largo da Lapinha.

A diretoria da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs) entende que participar do cortejo que marca o Dia da Independência da Bahia é fortalecer o processo de luta contra a ofensiva governista à educação pública superior, cada vez mais negligenciada. Por isso, está convocando toda a comunidade acadêmica a endossar o ato público e fortalecer a mobilização. Faixas, cartazes, adesivos e camisas da campanha de mídia da categoria intensificarão o protesto.


Há diversos anos, o movimento docente das universidades estaduais baianas utiliza a data cívica como espaço político para reivindicação das próprias pautas e para denunciar à sociedade o desmonte da educação pública superior. Os professores também se somam a outras categorias de trabalhadores em luta pela garantia de direitos sociais e por uma sociedade mais justa e igualitária.

Universidades estaduais

O contexto atual é de redução da verba de custeio e investimento das universidades estaduais, cerceamento aos direitos trabalhistas dos professores e confisco nos salários. Por conta deste cenário, a continuidade do ensino, da pesquisa e da extensão torna-se cada vez mais difícil.

O estrangulamento orçamentário é um grande problema. Além de aprovar, na Lei Orçamentária Anual (LOA), para 2018, um recurso aquém do necessário para as atividades acadêmicas nas instituições, o governo continua limitando a verba de custeio e investimento. Desde 2013, as universidades sofreram um corte de mais de R$ 200 milhões nesta rubrica. Por mês, neste ano, o contingenciamento, em cada instituição, varia entre 30% e 40%. Por conta da limitação imposta no orçamento, a Uefs, por exemplo, deixou de receber, de janeiro a junho deste, na mesma rubrica, R$ 10.666.522,00.

A categoria ainda denuncia um arrocho salarial. O Fórum das ADs, entidade que reúne as diretorias das quatro associações docentes das universidades estaduais da Bahia, encomendou um estudo ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Conforme o órgão, de janeiro de 2015 a dezembro de 2017 houve uma perda salarial de 17,42% e para recompô-la é necessário um reajuste de, no mínimo, 21,10%.

Direitos previstos em lei são negados, a exemplo do pagamento da reposição inflacionária, que tem o mês de janeiro como data-base. Já são três anos sem o reajuste. É a primeira vez, em vinte anos, que o conjunto do funcionalismo público da Bahia fica três anos consecutivos sem, sequer, ter a reposição. Eles também cobram direitos como as promoções, progressões e mudanças de regime, garantidos lentamente somente após tensionamento da categoria.

No intuito de forçar o governo a convocar reuniões de negociação, o Fórum das ADs protocolou a pauta deste ano no dia 18 de dezembro do ano passado. Depois desta data, outras solicitações de encontro já foram protocoladas junto às secretarias estaduais, Governadoria e Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), mas, até então, não foi apresentada posição sobre a reivindicação.