Semana Santa

Tradição e fé: fiéis se emocionam durante celebração e Procissão do Senhor Morto em Feira

Durante a celebração, presidida pelo arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanone Castro, foi relembrado mais uma vez o sofrimento de Jesus.

Laiane Cruz

A Sexta-feira Santa foi marcada por muita emoção e expressões de fé em Feira de Santana. Centenas de fiéis da igreja católica participaram, a partir das 18h, de uma celebração na Igreja de Nossa Senhora Santana (Igreja Matriz), seguida da tradicional Procissão do Senhor Morto. Eles percorreram a Avenida Monsenhor Mário Pessoa, Avenida Senhor dos Passos, Praças João Pedreira e da Bandeira, e retornaram à Matriz pela Rua Conselheiro Franco.

Durante a celebração, presidida pelo arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanone Castro, foi relembrado mais uma vez o sofrimento de Jesus, antes de ser crucificado pelos soldados romanos, conforme a tradição bíblica.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o arcebispo falou sobre o significado da Paixão de Cristo para os cristãos. “A paixão tem causa e razão no resgate de toda humanidade. Jesus morreu para que tivéssemos vida, e vida em plenitude. Celebramos a Paixão de Jesus porque o mundo precisa ser redimido, e a cada Sexta-feira Santa fazemos esse momento, seguindo os últimos passos daquele que passou a vida fazendo o bem, que nos trouxe vida e a salvação. Ele foi condenado como um herege, blasfemo, subversivo, e colocado entre ladrões como um bandido. Mas, Deus o exaltou sobre todo o nome, e em nome dele temos vida e em plenitude”, afirmou o arcebispo metropolitano. 

De acordo com o religioso, a ressurreição de Cristo, após o terceiro dia de sua morte, mostra a restauração da humanidade, a construção de um mundo de paz, justiça, onde a vida humana é valorizada.

Dom Zanone destacou ainda a importância de se viver os ensinamentos da Semana Santa no dia a dia. “É a entrega total. A vida que celebramos na Semana Santa é a doação radical de Jesus, que passa necessariamente pela entrega, pela cruz”.

Emoção e fé

Um dos momentos mais marcantes da Procissão do Senhor Morto é o Canto de Verônica. A dona de casa Ana Leal, há 30 anos, é quem se apresenta como a personagem da mulher que, de forma corajosa, ultrapassou a barreira dos soldados romanos e, com um lenço, enxugou o rosto ensanguentado de Jesus Cristo.

“Isso transmite para as pessoas o momento em que aquela mulher teve coragem de invadir a força dos soldados e enxugar o rosto de Jesus, para aliviar as suas dores, como o canto nos diz.”

Católica fervorosa, a dona de casa Cacilda Miranda também falou da emoção de participar da procissão.

“O que marca o ser humano, realmente, é ouvir os cânticos e se prostrar diante do Deus que morreu para nos salvar. A gente se emociona e é muito dolorosa a passagem da morte e crucificação de Jesus. Como cristão e como ser humano, a gente vive esse momento com muita dor, porque a gente sente o que é realmente sofrer a morte de cruz.”

Com informações e fotos do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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