Orisa Gomes
O MDB enfrenta dura crise na Bahia, desde a apreensão das malas de dinheiro atribuídas ao ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que permanece preso na Papuda. A consequência é a pressão de aliados sobre o líder da oposição no estado, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), para que rompa com a sigla. Representante maior do partido em Feira de Santana, o vice-prefeito Colbert Martins é totalmente contra a ruptura e afirma que se isso acontecer, só vai favorecer o governador Rui Costa (PT), candidato a reeleição.
O momento, segundo Colbert, é de somar forças, e não diminuir. Com a recente saída do deputado estadual Luciano Simões Filho do MDB, Colbert teme uma debandada e diz estar trabalhando para evitar isso. “Acho que o MDB precisa cada vez mais manter a sua força. Tínhamos cinco deputados estaduais, agora quatro, e não podemos perder ninguém. Política não se faz subtraindo, só se faz somando e nós estamos na eminência de ficar quase sem nenhuma representação neste momento no estado da Bahia. Estou trabalhando para evitar que nós tenhamos outras perdas, como estou trabalhando também para voltar o Luciano ano Simões Filho, que é um grande amigo, além do seu pai também”, declarou.
Enquanto Colbert tenta manter as representações do partido, a pressão de outras siglas para que ACM Neto se desvincule do MDB é grande. Na última semana, o presidente do PSDB na Bahia, João Gualberto, declarou que se o partido dos irmãos Viera Lima permanecer na chapa, a legenda dele não coliga. E embora afirme respeitar as posições de Gualberto, Colbert reforça que se dividir, a oposição perde. “O MDB é extremamente importante e necessário, não só aqui na Bahia, mas no Brasil inteiro. Então, nesse momento aí, eu entendo com clareza que ao invés de estarmos jogando gasolina no chão, nós devemos fazer justamente o contrário, porque esse tipo de divisão só beneficia uma pessoa: o candidato a governador do estado, o atual governador (Rui Costa) e o seu partido, o PT”, alerta.
O MDB hoje, o PFL ontem
Colbert compara a “diminuição de força do MDB” na Bahia ao PFL (atual DEM), que sofreu um forte baque há cerca de 10 anos e “agora isso se projeta de forma diferente”. Também observa que o PT era “fraquinho lá atrás, agora se fortaleceu e, em decorrência da força, também está tendo problemas”. “Isso oscila muito. Espero que possa voltar o tempo onde nós tínhamos e temos ainda uma grande força do MDB não só na Bahia, mas no Brasil como todo”.
Temer participa
Segundo Colbert, o presidente Michel Temer tem participado das ações voltadas para a união do MDB não só na Bahia, mas em todo o Brasil. Até porquê, lembra Martins, ele é também o presidente nacional da sigla, afastado no momento por exercer a função de presidente do país, e substituído pelo senador Romero Jucá.
Gerenciamento de crise
Para gerenciar a crise, aponta Colbert, é necessário ter paciência, responsabilidade, tenacidade e entendimento. “Acho que o objetivo é esse e acredito quer vamos sair mais fortes. O bom da crise é você saber enfrentá-la, porque toda vez que você enfrenta bem a crise, você se fortalece. Não podemos é sucumbir diante dela”, afirmou.
Situação do MDB pode afetar gestão de Colbert na prefeitura de Feira?
A resposta dele é não. Primeiro faz questão de ressaltar que José Ronaldo ainda não disse que vai passar a prefeitura para o comando dele e que falar sobre isso é uma “antecipação desnecessária”, mas se assumir o Paço Municipal, afirma que não há como o partido, por crise de qualquer tipo, intervir na administração pública.
Com informações do repórter Paulo José.