Rachel Pinto
Aconteceu na manhã deste sábado (24), em Feira de Santana a “Endomarcha”, Marcha de Mulheres pela Conscientização da Endometriose. Várias mulheres se reuniram e marcharam pelas ruas e avenidas da cidade, com o intuito de chamar a atenção pela conscientização da doença, o mês de conscientização que é o mês de março e alcançar mais pessoas divulgando sobre o que é a endometriose.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
A doença afeta uma em cada dez mulheres e a marcha que começou nos EUA, já acontece em mais de 80 países do mundo.
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A médica ginecologista Rhafaielly das Neves Bissiguini informou que a endometriose é um patologia que acontece a partir do endométrio, que é a mucosa que reveste a parte interna do útero. Todo mês, essa mucosa em virtude do ciclo menstrual feminino aumenta de tamanho e descama. A descamação celular desce através da vagina, mas pode vir a afetar outros órgãos da região pélvica da paciente. Ela salientou que no Brasil 60 milhões de mulheres têm a endometriose.
Várias pesquisas estudam a causa da endometriose e há tratamentos e formas de prevenir. Segundo a médica, a patologia tem potencial hereditário e relacionado com hábitos de vida.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“O tratamento é multifatorial. Se baseia no controle do ciclo menstrual para fazer com que a paciente não menstrue. São usados anticoncepcionais e exercícios físicos e uma alimentação equilibrada ajudam no tratamento. Quando a doença atinge um grau avançado partimos para as cirurgias por vídeo e retirada dos focos da endometriose”, afirmou.
Uma das organizadoras da Endomarcha, a psicóloga Layane Cedraz, que também é portadora da endometriose, relatou que o evento buscou partilhar histórias e divulgar ao máximo sobre a doença. Ela foi convidada pela paciente e ativista Carolina Salazar para expandir esse movimento em Feira de Santana.
Layane pontuou que a marcha acontece no Brasil pela quinta vez esse ano, sendo que em Feira de Santana é a primeira vez.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Esse ano têm 14 cidades participantes de 11 estados brasileiros. Eu vivi a endometriose junto com a infertilidade. Tenho prazer e interesse de ventilar na minha cidade para que o maior número de pessoas possa tomar conhecimento da doença e que as mulheres busquem apoio para serem tratadas", acrescentou. Conscientização e acesso a informação são fundamentais”, acrescentou.
Layane contou ainda que no seu dia a dia com a endometriose, tem sintomas de cólica e dor abdominal. No entanto, está sempre em acompanhamento médico e os sintomas estão controlados.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Com a infertilidade, ela acreditou que não poderia ser mãe naturalmente e optou pela fertilização in vitro. Teve o filho mais velho Rafic, e após cinco anos, decidiu fazer novamente o procedimento. Dessa vez, vieram os quadrigêmos: Yure, Enzo, Ianic e Luigi . Ela sempre sonhou em ter uma menina e chegou até a pensar em adotar. Mas, 1 ano e 9 vezes após o nascimento dos quadrigêmeos, uma surpresa muito especial aconteceu em sua vida. Estava grávida da sua filha caçula Melissa. Sem tratamentos, a menina veio de forma natural para aumentar ainda mais a alegria da família. A rotina com os seis filhos e como lida com a endometriose, suas experiências e histórias, Layane compartilha diariamente nas redes sociais através do seu perfil no Instagram @mamae6estrelas.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.