Rachel Pinto
O médium, orador e escritor feirense Divaldo Pereira Franco, de 90 anos esteve em Feira de Santana na noite de quarta-feira (21) para receber uma homenagem da Câmara de Vereadores como cidadão ilustre e também participou do ato em sua homenagem de descerrar a placa inaugural do túnel das avenidas Getúlio Vargas e Maria Quitéria que leva o seu nome.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
As homenagens para Divaldo contaram com a participação do prefeito José Ronaldo de Carvalho, do vice-prefeito Colbert Martins e também de secretários, vereadores e comunidade. O médium agradeceu a oportunidade, relembrou sobre sua juventude quando morou em Feira de Santana e comentou sobre questões sociais, da atualidade e religiosas.
Divaldo dedicou a homenagem do seu nome no túnel ao espírito de Jesus Cristo, que para ele é o guia da humanidade.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“É uma ocasião muito especial, um momento em que a cidade me premia com uma honra que eu reconheço não merecer. Mas, que aceito como estímulo para tornar minha existência na etapa final ainda um canto de serviço de amor à humanidade. Aceito com devoção e sentimento de gratidão. Fica com a ternura, a bondade o estímulo do espírito sublime para que neste declínio da existência, vivendo as emoções da minha querida Feira, de experimentar a alegria de uma existência longa, dedicada aos deveres de humanidade. Porque o indivíduo que não vive para servir ainda não conseguiu tornar-se cidadão. A doutrina que expôs o espiritismo é uma doutrina que tem por lema a caridade, acima da caridade o amor divino e quando nós resolvermos por amar a Deus e ao nosso próximo, além da terrível tortuosa guerra cederemos lugar a realidade de uma humanidade feliz. Agradeço publicamente ao prefeito e as autoridades locais que me honraram com essa distinção”, declarou.
O prefeito José Ronaldo de Carvalho considerou a homenagem a Divaldo Franco como extremamente justa e merecida. Para ele, dispensa comentários e o médium é um filho de Feira de Santana que sempre fala da cidade com emoção e amor.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Divaldo dispensa comentários. É uma história de vida linda, é um feirense nato, autêntico, um homem que no espiritismo é reconhecido pelo mundo todo e Feira de Santana presta uma homenagem justíssima a este homem que por onde vai, pelo mundo todo, faz questão de dizer e falar que é de Feira. É um dos grandes homens vivos da Feira, da Bahia e do Brasil”, acrescentou.
Crescimento da Doutrina Espírita no Brasil
Divaldo Franco opinou em relação ao crescimento da doutrina espírita no Brasil. Ele considerou este fenômeno como natural e observou que o espiritismo é uma ciência de natureza filosófica e que tem um área religiosa muito grande. É o encontro com Deus, a transformação moral do indivíduo.
“As criaturas humanas têm muitas perguntas e o espiritismo tem respostas e respostas consoladoras, perfeitamente adequadas com o processo intelectual e tecnológico da humanidade. Acima de tudo veio trazer para o homem o grande conforto e eliminar a morte da nossa vida. Porque a morte é o termo mais perigoso e trágico da filosofia. Quando nós temos oportunidade de demonstrar que a morte é somente uma mudança de estado vibratório, há uma alegria imensa saber que nós continuamos a viver, vamos nos encontrar naqueles que amamos, sermos felizes ou não de acordo com a vida em que levamos, isso é uma felicidade”, afirmou.
Para o médium, o mundo está muito carente de amor a Deus, ao próximo, caridade e perdão. A humanidade alcançou as estrelas, mas não encontrou a paz.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Mais do que nunca houve tanto progresso tecnológico e tanta pobreza moral. Encontramos respostas para os nossos enigmas do pensamento. Mas, ainda matamos por um pedaço de pão. Ainda deixamos morrer por ausência de compaixão e o mundo devorado pela violência demonstra a necessidade urgente de amarmos, perdoarmos e de ajudarmos uns aos outros”, completou.
Divaldo Franco ressaltou ainda que violência é uma consequência da desordem emocional da criatura humana. Um fenômeno sociológico que é resultado da ausência da educação. O lar, para ele, é a base da família e a educação na atualidade tanto a escolar como a doméstica, está sendo colocada de forma secundária.
“As criaturas se tornam muito egoístas e descuidamos do lar. Hoje nós temos crianças órfãs de pais vivos. E nascem nelas fenômenos muito variados. Então a violência é a válvula de escapamento da criatura que foi desprezada tentando vingar-se da sociedade", disse.
Religiões convivendo de forma mais pacífica
Sobre a intolerância religiosa, Divaldo Franco observou que é muito presente na sociedade, mas muitas religiões estão convivendo de forma pacífica. O espiritismo enfatiza que só o amor resolve o problema da humanidade e ele salientou que o importante não é ter uma religião, o importante é ser um bom cidadão.
“Porque há muito religioso criminoso e bons cidadãos que não têm religião. A religião é um guia, uma metodologia e encaminha. Mas, é necessário que o indivíduo adapte-se e sirva com tranquilidade os postulados da sua fé. De fato, vivemos um período de tolerância religiosa, compreensão e de fraternidade. É um bom começo e esperamos que no fim seja muito melhor”, encerrou.
A sessão solene da Câmara de Vereadores também comemorou o Dia Municipal do Livro dos Espíritos e os 75 anos do Centro Espírita Jesus de Nazaré, o primeiro centro espírita da cidade.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.