Laiane Cruz
O proprietário de uma rede de postos de combustíveis de Feira de Santana, Raimundo Catarino, pediu, em entrevista ao Acorda Cidade, mais fiscalização para as revendedoras. De acordo com ele, o reajuste no preço da gasolina para R$ 4,34 na semana passada é reflexo da crise que os donos de postos vêm enfrentando "por conta da nova política de preços da Petrobras e revendedores desonestos".
“Nos últimos dois anos, estamos passando por uma crise violenta convivendo em um mercado em que lidamos com revendedores desonestos e companhias que recebem autorização da Petrobras para baixarem os preços, oscilando. Esses preços não são passados para o revendedor, que se vê obrigado a seguir outros revendedores. E o governo do estado, a fiscalização da ANP, e das secretarias da Fazenda Estadual e Federal, não observam, eu não sei por que”, afirmou o empresário ao Acorda Cidade.
Ele afirmou que em Feira de Santana há revendedores que trabalham com produtos sem nota, regulando bombas para baixo, vendendo álcool com 86% e outras situações. “Essas pessoas entram no mercado e a gente não tem como fazer a não ser segui-las aviltando o preço, numa faixa insustentável. Então nós somos forçados a seguir essas pessoas”, denunciou, sem citar nomes.
Ainda conforme Raimundo Catarino, o aumento no preço dos combustíveis foi apenas um realinhamento.
“O governo federal, desde que a Petrobras chegou nessa crise, dá subidas e descidas e chegou a 24% o preço da gasolina em 2017. Pra que a gente sobreviva temos que seguir esses elementos nocivos, que estão no mercado, e que infelizmente não temos uma fiscalização que faça o seu dever de casa. Nós somos taxados de ladrões e gananciosos, mas os mais gananciosos são do próprio governo, pois a cada R$ 100 do preço da gasolina, R$ 55 vai para o governo".
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Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.