Integração entre público e artistas na Micareta depende mais do folião, defende secretário de Cultura

Mais uma vez o Furdunço antecipou o Carnaval de Salvador e levou uma multidão de foliões para as ruas no último domingo (4). O estilo da festa, familiar, com atrações alternativas as gigantes do Carnaval, além de marchinhas, é defendido pelo secretário de Cultura Esporte e Lazer de Feira de Santana, Edson Borges, para a Micareta da cidade. Mas se ele é secretário, por que não implanta o modelo? O questionamento foi feito por um ouvinte do programa Acorda Cidade, ao que o secretário respondeu que a folia não é feita só pelo poder público, mas principalmente pelo folião. “Quando faz uma festa popular, o governo não decreta o que tem que ser, é preciso que haja também essa vontade do folião, essa integração”, afirmou. Segundo Edson, já há o “Furdunço” de Feira, que é o Esquenta Micareta, na Rua São Domingos, e que atrai grande público, mas para algo semelhante acontecer no Circuito Maneca Ferreira é preciso que haja vontade do folião. “A prefeitura dá todo apoio logístico, contrata algumas atrações no sentido de promover todos os meios para que a Micareta aconteça, mas quem faz a festa mesmo é o folião. Se o folião não coloca um bloco na rua, se não há incorporação nesse tipo de carnaval antecipado, que já está acontecendo até em São Paulo, se o folião não tiver vontade de reviver esses carnavais, não adianta a prefeitura colocar uma senhora banda de sopro na rua. (…) Não é tudo que tem que está esperando pelo governo, pela prefeitura”, provocou. O secretário disse também que em 2017 tentou convencer alguns blocos, inclusive infantis, a substituírem o trio elétrico por pranchões, para deixar o público mais próximo do artista, mas não conseguiu. Ainda assim, ele disse que continuará tentando fazer a festa mais intimista e está aberto a qualquer tipo de conversa para que isso aconteça. (Orisa Gomes)