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Em meio às discussões sobre a reforma da Previdência, um dos desafios do governo Federal tem sido rebater argumentos de quem é contrário às mudanças nas regras para aposentadoria. Em entrevista à rádio Bandeirantes, nesta segunda-feira (29), o presidente Michel Temer afirmou que a reforma não vai atingir as pessoas que recebem até o limite máximo estabelecido pelo INSS.
“Quem ganha até o teto da Previdência Social, que é R$ 5.645, não tem nenhuma diferença. Estes que ganham mais de R$ 5.645 vão ter que fazer uma Previdência complementar. Ou seja, não significa que eles não se aposentarão com 30, 33 mil reais. O que terão, é que pegar uma parte do que ganham por mês e depositar em uma conta suplementar para garantir essa aposentadoria.”
Temer disse ainda que, se o texto da reforma não for aprovado pelo Congresso Nacional, o setor previdenciário pode falir, o que acarretaria no fim dos benefícios.
“Se nós não concertarmos a Previdência, daqui a dois, três anos a Previdência não resiste. Vejam o que aconteceu com o Rio de Janeiro, o Rio Grande no Norte e com vários estados. Se a União não socorre, não haveria como pagar os aposentados. Houve impossibilidade de pagamento.”
Entre outros pontos, a reforma da Previdência pretende equiparar os regimes previdenciários dos servidores públicos aos do INSS. Segundo a equipe econômica do governo Federal, isso vai acabar com privilégios existentes atualmente no setor.
Na avaliação da economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, essa medida é necessária, pois, caso ela não seja adotada, até os servidores deixam de receber o benefício.
“Não tem dinheiro para investir em Educação e Saúde. E a questão é que, se a gente não resolver esse problema, nem os servidores públicos vão receber suas aposentadorias. É isso que precisa ser entendido.”
A Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda apresentou recentemente os números relativos ao setor no ano passado. De acordo com o balanço divulgado recentemente pela Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda, em 2017, o rombo na Previdência chegou a R$ 268,79 bilhões.