Acorda Cidade
Um empresário, dono de várias empresas, depois de anos de trabalho, conseguiu passar uma semana com a família numa pousada na ilha do Bananal.
Num passeio no rio Araguaia, conheceu um pescador. Todos os dias ele ia a um ponto privilegiado do rio, com seu barco movido a remos, e fisgava dois peixes. Um era para a família, e o outro ele vendia e comprava produtos para sua alimentação diária.
Nasceu entre eles certa amizade, e o empresário achou-se no direito de sugerir-lhe um futuro melhor. Ele poderia pescar mais peixes e, com as economias, compraria um barco a motor. Com maiores lucros, poderia comprar um segundo barco, que confiaria a um empregado.
O passo seguinte seria construir uma pequena câmara fria onde armazenaria o pescado, para oferecer aos hotéis e supermercados. E, depois disso, poderia construir uma casa confortável na ilha, ampliar seu negócio e mesmo transferir-se para a capital.
“Suponha que eu consiga tudo isso”, disse o pescador, “mas quais seriam as vantagens?”. “Você poderia fazer turismo, como eu faço, curtir a vida e, até mesmo, poderia vir a esta ilha encantadora e, por puro prazer, pescar alguns peixes…”, disse o empresário.
Com um sorriso, o pescador concluiu a conversa dizendo: “Ou seja, fazer exatamente aquilo que já faço”.
Na vida, corremos o risco de criar algumas dependências. Existem hábitos que acabam ficando muito fortes, tornando-se fardos que condicionam nosso modo de ser. Eis algumas das dependências mais comuns: a droga, o fumo, a bebida, o sexo, a internet… Há outras, mais disfarçadas, mas não menos perigosas.
É o caso da preguiça e da atitude contrária, o excesso de trabalho. Muitas pessoas são viciadas em trabalho.
O trabalho é uma necessidade. São Paulo dizia: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer”
Para Calvino, a preguiça era o pior defeito. O trabalho é um serviço que prestamos aos demais e, com ele, ajudamos Deus a concluir a criação do mundo.
Quando é benfeito, transforma-se em oração. Se passa dos limites, torna-se perigosa dependência. Esta dependência compromete a família, a fé, a saúde, os amigos, e costuma associar-se à ganância, fazendo-se do dinheiro um ídolo.
Quais são as coisas mais importantes? É a família, a religião, o trabalho, o descanso, o serviço gratuito, as amizades… Em função deles, devemos estabelecer prioridades e organizar nossa vida.
Essa é a receita para ser livre e feliz.
Mensagem do livro pensando bem, de Dom Itamar Vian, que você encontra nas livrarias de Feira e Salvador.