Feira de Santana

Delegado comenta pesquisa do Ipea que coloca Feira como a 30ª cidade mais violenta do país

O delegado afirmou que desconhece a metodologia adotada pelo Ipea.

Daniela Cardoso

O coordenador da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), delegado João Rodrigo Uzzum, comentou a pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que aponta Feira de Santana como a 30ª cidade mais violenta do país. O delegado afirmou que desconhece a metodologia adotada pelo instituto e comentou que a falta de um parâmetro único na realização de pesquisas faz com que ocorram algumas divergências.

Ele destacou em entrevista ao Acorda Cidade que Feira de Santana hoje é maior do que muitas capitais brasileiras, além de ter uma população flutuante que ultrapassa um milhão de habitantes e uma importante região metropolitana, o que, segundo Uzzum, influencia no crescimento da criminalidade. De acordo com Uzzum, o principal fator de homicídios em Feira de Santana, quando são analisadas as estatísticas, é o tráfico de entorpecentes.

“Nossos estudos, com base em inquéritos que tramitam na nossa delegacia de homicídios com base na motivação criminosa, indicam que mais de 70% das mortes são motivadas por tráfico de entorpecentes. outras causas como vingança, questões passionais, entre outras, responde por quase todo restante”, informou.

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Já com relação aos latrocínios, que é o roubo seguido de morte, o delegado João Uzzum diz que o índice em Feira de Santana é baixo e que quando ocorre, cerca de 90% é elucidado. “Por isso, considero que Feira de Santana, comparada a cidades do porte dela, está numa situação razoável. Desde o início do ano, estamos com queda no número de homicídios na nossa cidade”, destacou. A pesquisa foi realizada com base em dados de 2015.

Além disso, o delegado informou que a delegacia tem efetuado em torno de 100 prisões, todas com base em expedição de pedidos de prisão preventiva, frutos de investigação. Ele ainda disse que a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) tem feito grandes apreensões de drogas e desarticulado quadrilhas.

“A polícia tem feito seu trabalho e temos que observar a questão da criminalidade como um todo, que não é só de responsabilidade da polícia. Trabalhamos, especialmente a Polícia Civil, quando o crime ocorre, então somos como um remédio. Existem muitas causas dentro da sociedade que levam ao crime, como o tráfico de entorpecentes que atravessa fronteiras, o tráfico de armas, uma série de questões que ultrapassa a esfera estadual. Além disso existe a questão social”, disse ao Acorda Cidade.

O delegado considera que muito tem que ser feito para reduzir os índices de criminalidade. “Temos um sistema penitenciário desmoronando, onde de dentro das cadeias os criminosos lideram, temos uma justiça lenta, punições leves para crimes graves. Na medida em que não se pune, se estimula a prática de delitos”, afirmou.

As informações são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade