Delação

Renan Filho recebeu R$ 800 mil da Odebrecht, a pedido do pai, em troca de aprovação de MP

Renan Filho, que é filho do senador, é alvo de dois inquéritos nos quais será investigado junto com seu pai, por suspeita de terem recebido “pagamento de vantagem indevida”.

13/04/2017 às 17h27, Por Brenda Filho

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O ex-diretor de Relações Institucionais da construtora Odebrecht Cláudio Melo Filho disse, em delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato, que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu doação eleitoral à campanha de Renan Filho (PMDB) ao governo do estado do Alagoas, em 2014. Renan Filho, que é filho do senador, é alvo de dois inquéritos nos quais será investigado junto com seu pai, por suspeita de terem recebido “pagamento de vantagem indevida”. Em um deles, o senador Fernando Bezerra de Souza Coelho (PSB-PE), ex-ministro da Integração Nacional, também é investigado.

Segundo delação de Cláudio Melo Filho, houve uma reunião em Alagoas agendada pelo executivo responsável pela relação institucional da Braskem S/A, empresa controlada pelo grupo Odebrecht, para tratar da renovação dos contratos de concessão de energia. Na ocasião, Renan pediu “contribuição” para a campanha do seu filho ao governo de Alagoas. De acordo com o delator, Renan deixou claro que se a contribuição não fosse realizada o assunto relativo aos contratos de energia não seriam resolvidos. 

Temendo represália também com a construtora Odebrecht no estado, o delator diz ter repassado o pedido ao diretor superintendente da região João Pacífico, que, por sua vez, realizou o pagamento de R$ 1,2 milhão via doação oficial ao PMDB. Desse valor, R$ 800 mil foi destinado à campanha de Renan Filho.

“Pacífico, estivemos reunidos com o senador Renan Calheiros e ele comentou que o filho dele vai ser candidato a eleição do governo do estado. Como eu sei que você é do nordeste, e eu não sei se você tem tema lá ou não, acho importante você verificar se a empresa vai fazer alguma contribuição”, disse o delator sobre sua interrupção no assunto junto a empreiteira. Questionado se conhecia Renan Filho, Cláudio Melo disse nunca ter visto.

Pela Braskem, o ex-presidente da petroquímica Carlos Fadiga fez uma contribuição de R$ 320 mil, sendo que R$ 200 mil foram para a conta de Renan Filho, em doação contabilizada. Além dessa, a Braskem realizou outras duas doações na conta do diretório do partido, no valor total de R$ 120 mil.

Após a efetivação das doações, a Medida Provisoria 677/2015 (convertida na Lei 13.182/2015) foi aprovada no âmbito do Senado, que na época era presidido por Renan. “Os valores indevidos foram entregues aos destinatários após processos de ocultação e dissimulação dos valores provenientes dos crimes contra a Administração”, diz a Procuradoria-Geral da República ao STF.

Por meio de nota, o governador de Alagoas disse que a “abertura dos inquéritos permitirá que eu conheça o teor das supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de delações”.

As informações são do Congresso em Foco.

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