Feira de Santana

Quase 20 mil trabalhadores rurais não conseguem pagar mensalidade sindical em Feira de Santana

As pessoas dão prioridade para pagar despesas básicas e assim deixam de pagar a contribuição.

Rachel Pinto

A inadimplência no pagamento da mensalidade sindical no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana (STR) está muito alta. A entidade tem cerca de 23 mil trabalhadores filiados e desse total apenas três mil estão em dia com a contribuição. A secretária do STR, Adriana Lima, disse que o que vem causando a inadimplência é a pequena renda dos agricultores e a sua aplicação especialmente nas necessidades básicas. Ela salientou que as pessoas dão prioridade para pagar essas despesas e assim deixam de pagar a contribuição.

“Devido a pouca renda que existe no meio rural as pessoas dão prioridade para pagar as suas necessidades maiores como a alimentação da família e a alimentação dos animais. Isso influencia na arrecadação do sindicato e por isso as pessoas não pagam a contribuição. A contribuição social é o que mantem a entidade”, disse.

Adriana Lima informou também que a taxa de contribuição mensal paga pelos agricultores é no valor de R$ 14,05 e equivale a 1,5% do salário mínimo. É o sindicato quem atesta se a pessoa trabalha na agricultura familiar e envia a declaração para a previdência. As pessoas que não estão contribuindo podem ter problemas futuros ligados ao INSS ou ao acesso de benefícios sociais.

Dificuldades de água na zona rural

A sindicalista em entrevista ao Acorda Cidade falou também sobre os impactos da seca na zona rural de Feira de Santana e a falta de água. Adriana observou que muitos animais estão morrendo por falta de alimento, água e as famílias estão tendo grandes perdas.

A prefeitura tem enviado alguns carros-pipas, para tentar suprir a escassez de água, mas ainda assim essa medida é insuficiente.

“A situação está muito difícil. Não existe água em quase todo o meio rural. Os animais não estão suportando e estão morrendo.Os humanos estão sofrendo muito diante dessas perdas. A prefeitura está enviando carros-pipas, mas diante da nossa demanda não é suficiente. A necessidade de água para abastecer as cisternas da zona rural é muito maior”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.