Feira de Santana

Com salários atrasados, funcionários da Casa de Saúde Santana param atividades

Segundo os trabalhadores, deveria receber o pagamento dia 5, mas até o momento estão sem previsão de quando irão receber.

Laiane Cruz

Funcionários da Casa de Saúde Santana paralisaram as atividades nesta quarta-feira (28) por causa do atraso nos salários de novembro. Segundo os trabalhadores, deveria receber o pagamento dia 5, mas até o momento estão sem previsão de quando irão receber.

A funcionária Irene Miranda disse que as contas em casa estão todas atrasadas e esse mês não pôde fazer a feira. Outra trabalhadora da unidade, Nilzete da Silva afirmou que saiu de férias em setembro, e até hoje a carteira não foi assinada. Ela disse ainda que os salários só saem com atraso.

De acordo com outra funcionária, Kelly Oliveira, estão marcadas para hoje cerca de 30 cirurgias, mas nenhuma será feita até que a situação dos trabalhadores seja resolvida. “Quem está esperando receber alta vai sair, mas quem está esperando por cirurgia não vai fazer.

O trabalhador Carlos afirmou que a prefeitura fez os repasses para a Casa de Saúde Santana, mas os ex-diretores estão retendo o dinheiro e não dão explicações. “Não estão atendendo as ligações, mas o dinheiro é do povo, é do hospital”, protestou.

A paciente Deusdete Jesus da Silva chegou cinco horas para uma cirurgia. Ela se solidarizou com a situação dos funcionários. “Todo mundo com seu dinheiro no bolso pra ser atendido, e os funcionários passando dificuldade”, disse.

O diretor do hospital, Germano Correia, afirmou que há um ano, quando ele assumiu a direção, os diretores Divaldo Cerqueira e Ângelo Mário, que administraram o local por 47 anos, deram a ele uma procuração para que pudesse gerir a Casa de Saúde Santana, mas que em março deste ano o documento foi revogado sem maiores explicações.

“Eu arrendei todo o imóvel, mas a pessoa jurídica não poderia ser transferida, por conta dos funcionários e o convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que houve um processo licitatório. Eu permaneci com essa procuração até o mês de fevereiro e no mês de março, sem que eu tivesse dado motivo, de forma estranha, ela foi revogada. Com essa procuração resolvia os problemas financeiros, representava o hospital nos diversos órgãos públicos e agora fica nesse impasse”, declarou o diretor.

O médico afirma que foi surpreendido pela manifestação, mas não tem nenhuma ressalva aos funcionários, pois trabalharam e têm direito a receber. Ele revelou ainda que os ex-diretores planejam reassumir a direção do hospital e já consultaram advogados. E enquanto isso retém os recursos do hospital.

“Ao longo desse ano nós crescemos, aumentamos a nossa produção, o faturamento aumentou, conseguimos pagar os impostos passados e atuais. Criamos um recurso melhor, colocamos os pacientes em um lugar mais cômodo. Eu investi aqui quase meio milhão para ter o retorno ao longo de vinte anos. Foi esse o acordo. Mas agora viram que o hospital é viável e acham que podem retornar e estão querendo rescindir o contrato, mas eu tenho que ser ressarcido”, disse.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.