Laiane Cruz
A prefeitura de Feira de Santana vai realizar entre os dias 5 e 9 de dezembro um censo para identificar o número de pessoas portadoras do transtorno do espectro autista no município. A iniciativa foi anunciada pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho na tarde de ontem (29), no paço municipal.
Cíntia Souza, que é coordenadora da comissão Família Azul, um grupo formado por mães e profissionais que estudam o autismo, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade que tem um filho de 9 anos, que foi diagnosticado com o transtorno aos cinco anos. Ela conta que a partir da sua experiência como mãe de um autista surgiu a ideia de realizar o censo.
“Esse levantamento surgiu depois que eu, como mãe de um autista severo, e diante de idas e vindas, erros e acertos, percebi que existem pessoas que ainda não têm o conhecimento do autismo e têm autistas na família, mas não procuram ajuda por falta de diagnóstico. Então o censo veio para despertar nessas famílias o interesse de levar os seus familiares e com esse número em mãos a gente possa trazer uma melhoria e lutar por direitos”, informou.
A coordenadora da Família Azul conta que a comissão é formada por cinco pessoas: duas mães e três amigas, que são uma enfermeira, uma nutricionista e uma formanda em enfermagem, que estudam o autismo. O objetivo, segundo ela, é trazer para Feira de Santana a realidade de que o autismo cada dia cresce e que esse transtorno não tem cura, mas pode ser tratado, e o autista pode ser inserido na sociedade com o tratamento adequado de profissionais capacitados.
“Precisamos de profissionais treinados. Para se ter um autista em uma determinada instituição é preciso de todos os profissionais, de terapeutas a fisioterapeutas. Em Feira de Santana, existem locais que trabalham com autistas, mas não dão a dignidade que eles precisam para o tratamento, e alguns lugares tratam como doença mental e não é. Vão para unidades que tentam tratar, porém de forma inadequada, que só fazem deformar esse indivíduo no espectro”, explicou Cíntia.
Ela afirma ainda que esse estudo será feito com o apoio das secretarias das áreas de educação, social e saúde, que vão fazer um mapeamento dentro das suas regiões e pegar os dados das famílias que têm parentes com esse transtorno.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.