Cultura
Baianas do acarajé: símbolos da Bahia que movimentam a economia do estado
No Estado, existem entre oito e dez mil baianas, de acordo com a Associação das Baianas de Acarajé e Mingau do Estado da Bahia (Abam). Em Salvador, são aproximadamente 3,5 mil, aponta Rita Santos, que coordena a entidade desde 2011.
25/11/2016 às 09h28, Por Rachel Pinto
Acorda Cidade
Uma vestimenta que chama a atenção pela beleza e riqueza de detalhes, maquiagem que ressalta os olhos e, apesar das muitas horas de atividade, a presença constante de um sorriso nos lábios. As baianas do acarajé, tradicional símbolo da cultura popular brasileira e principal agente de divulgação da Bahia em território nacional e internacional, têm seu dia comemorado nesta sexta-feira, 25 de novembro.
Foto: Divulgação
No Estado, existem entre oito e dez mil baianas, de acordo com a Associação das Baianas de Acarajé e Mingau do Estado da Bahia (Abam). Em Salvador, são aproximadamente 3,5 mil, aponta Rita Santos, que coordena a entidade desde 2011. Para ser baiana, diz, tem que gostar do que faz, ter simpatia, muita saúde e ciência, para chegar ao ponto com alegria e se vestir com respeito à cultura. “Para ficar atrás do tabuleiro, tem que estar de bata, saia, torço e fio de conta no pescoço. Isso é o que o patrimônio cultural pede e está no decreto municipal”, recomenda.
As baianas do acarajé ultrapassam a imagem cantada por Carmen Miranda, em 1939, na música de Dorival Caymmi, O que é que a baiana tem? Além de torço de seda, bata rendada e saia engomada, essas mulheres fortes têm, também, muita disposição. Faça sol ou chuva, passam horas atrás de tabuleiros; são chefes de família, com um trabalho que gera emprego e incrementa o comércio, movimentando a economia do Estado.
Afinal, para fazer chegar à mão do freguês os famosos produtos, levantam cedo e vão às feiras e mercados comprar os ingredientes que entram no preparo dos quitutes. Com uma oferta variada nos tabuleiros, com cocada, bolinho de estudante, passarinha e peixe frito, o grande astro é o acarajé. O quitute corresponde a 80% das vendas, acompanhado de camarão e vatapá. Cozido em folha da bananeira, o abará vem logo depois.
Foto: Divulgação
Herança cultural
Elaine de Assis, 35 anos, está à frente de um dos tabuleiros mais famosos de Salvador, o de Dinha do Acarajé (sua mãe, falecida em 2008), com quem começou a trabalhar aos 12 anos. Junto com o irmão Edvaldo, Elaine administra o tabuleiro no Largo do Rio Vermelho, além de outro no Costa Azul. Semanalmente, são consumidos entre 200 e 250 quilos de camarão seco defumado e 500 quilos de feijão fradinho, além de outros ingredientes.
Formada em turismo e pós-graduada em planejamento e organização de eventos, Elaine diz que gosta de ser baiana de acarajé. E conta histórias divertidas. “Tem turista que pergunta se é para pôr ketchup, mostarda ou maionese. Outro já quis experimentar a folha da bananeira que enrola o abará. Tem até baianos que pedem limão”, lembra.
Na quarta geração de baianas – bisavó, avó e mãe -, Tânia Bárbara Nery, 52 anos, à frente do Acarajé Tânia do Farol, vende de 100 a 130 acarajés nos finais de semana. Na alta estação, as vendas sobem e variam de 250 a 390 acarajés, e de 70 a 90 abarás. “É quando a gente se prepara para a pouca venda no inverno”, revela.
Mãe de dois filhos, Tânia diz que procura manter o mesmo sabor, qualidade e alegria que fizeram a fama da família. A estudante Sueli Nascimento, que morou na Barra muitos anos, atesta. Quando quer comer acarajé, sai da Paralela, onde mora com o marido e filhos, e vai para o quiosque de Tânia. “São fregueses assim que me fazem feliz”, resume a baiana.
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