Enem: como lidar com questões interdisciplinares

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Tendência no Enem e nos principais vestibulares do país, a interdisciplinaridade – capacidade de o candidato relacionar diferentes conteúdos para responder a uma questão – pode ser a pedra no sapato de alguns. De acordo com o time de professores do Sistema pH, a habilidade precisa ser desenvolvida aos poucos e os alunos devem se manter bem informados para conectar as matérias do Ensino Médio com a realidade mundial.

Fazer simulados de provas anteriores e aprender com os erros é um bom treino, afirmam os educadores. Eles também destacam a rotina de leitura como ferramenta para ampliar o vocabulário e o poder de associação de acontecimentos e conceitos. “Evidentemente, os alunos que já cultivam esse hábito partem um pouco à frente”, lembra Thiago Braga, professor e autor do material de Linguagens do pH.

Além de questões interdisciplinares, a redação é outra parte da prova que assusta muitos alunos. E o poder de integrar vários saberes é essencial para uma escrita bem estruturada. Braga não se assustaria se o tema da redação este ano se relacionasse com mobilidade urbana, que pode conjugar aspectos sociais, relacionados ao ir e vir dos cidadãos, e ambientais, como a emissão de gás carbônico e a energia dos veículos. “Um aluno bem preparado vai conseguir trabalhar os conhecimentos de geografia, biologia e técnicas de redação para construir um texto eficiente”, argumenta.

Para aqueles que sentem especial dificuldade em criar pontes entre conteúdos, a dica é aproveitar a reta final para compreender melhor os temas atuais. “Há alguns tópicos que nunca perdem força”, diz o professor de geografia Augusto Neto. Em Ciências Humanas, questões que envolvam as dinâmicas da sociedade brasileira, como cidadania e mundo de trabalho, são boas apostas. “Neste ano é possível destacar também questões vinculadas à tríade migrações-xenofobia-terrorismo, como um eixo que pode ser abordado pelas mais diferentes disciplinas”, explica Neto.

Para os especialistas da área de Ciências da Natureza, é provável que o exame cobre itens relacionados a impactos ambientais e fontes de energia. “Para responder com segurança, o aluno precisa se manter bem informado e se dedicar aos tópicos com mais dificuldade”, aconselha o professor de química do Sistema pH, Pedro Cesar.

Às vésperas da prova, o aluno deve aproveitar o tempo restante para revisar o conteúdo e treinar edições anteriores, mas sem pirar. “Vá ao cinema, converse com os amigos… o importante é não sofrer por antecipação”, ressalta o professor Braga. E na hora do exame, o conselho é ler o enunciado com calma de modo a extrair o máximo de referências que conseguir.