Eleições

Promotor de justiça fala sobre atuação das promotorias nas eleições

Nas eleições, quatro zonas eleitorais vão atuar na cidade. São elas: a zona eleitoral de propaganda política, zona eleitoral de registro de candidatura, zona eleitoral de prestação de contas e a zona eleitoral das ações judiciais eleitorais.

Promotor de justiça fala sobre atuação das promotorias nas eleições Promotor de justiça fala sobre atuação das promotorias nas eleições Promotor de justiça fala sobre atuação das promotorias nas eleições Promotor de justiça fala sobre atuação das promotorias nas eleições

Rachel Pinto

Em entrevista ao Acorda Cidade, o promotor de justiça Audo Rodrigues destacou o trabalho das promotorias de Feira de Santana durante o processo de eleição, os principais problemas encontrados, a prática da “boca de urna”, que é considerada crime, punições e a participação da população no processo de decisão política. Segundo o promotor, as mudanças na lei eleitoral neste ano de 2016 estão configurando uma cidade limpa, com pouca propaganda eleitoral e limitação de gastos.

Nas eleições, quatro zonas eleitorais vão atuar na cidade. São elas: a zona eleitoral de propaganda política, zona eleitoral de registro de candidatura, zona eleitoral de prestação de contas e a zona eleitoral das ações judiciais eleitorais. Audo Rodrigues é o promotor titular desta última zona que é responsável por ações em que se pleiteia a cassação do registro, do diploma, a perda de um mandato e a compra de votos.

“Boca de urna”

Assim como em eleições passadas, Audo Rodrigues explicou que esse ano está sendo intensificado e feito um trabalho preventivo em relação à regimentação dos eleitores, ou seja, a chamada “boca de urna”. Esta prática está sendo coibida e punida e delegacias foram montadas no fórum para atuar nas eleições lavrando os flagrantes e tomando as providências penais cabíveis.

“Qualquer regimentação, qualquer pedido de voto, qualquer conversa e qualquer tentativa de persuasão à candidatos. Se por exemplo, os eleitores estão passando pela rua, independente de ser próximo ao local de votação e uma pessoa pára e pergunta se já tem candidato e ela diz que não e essa pessoa apresenta determinado candidato, isso o pedido implícito,explicito de votos, naquele dia de votação é a chamada boca de urna”, pontuou.

O promotor enfatizou também que a justiça eleitoral este ano vem trabalhando no intuito de coibir e buscar ao máximo proibir o derrame de material publicitário como santinhos e propagandas de candidatos que são jogados em colégios eleitorais e nas ruas da cidade.

“Hoje em dia é crime eleitoral também e com certeza punirá quem jogou e, indiretamente a depender da situação se ficar comprovado, um abuso de poder econômico, por exemplo, o próprio candidato beneficiado por aquele responsável que tenha jogado aqueles matérias publicitários na rua”, afirmou.

Manifestação dos eleitores

Sobre a manifestação dos eleitores no dia dia 2 de outubro, Audo Rodrigues informou que o eleitor pode usar a camisa do seu candidato, mas de forma individual e silenciosa. Se ficar comprovado que diversos eleitores estão usando a mesma camisa a favor de determinado candidato, isso já é considerado como uma distribuição de material e é proibido.

“Não pode. Há uma proibição de distribuição de qualquer brinde, sejam bonés, camisas, seja de que natureza for. Isso pode gerar um abuso de poder econômico, a cassação do registro e a cassação do diploma se o candidato for eleito”, acrescentou.

Mudanças na lei eleitoral

O promotor Audo Rodrigues pontuou que as mudanças na lei eleitoral têm como um dos principais objetivos coibir que o abuso de poder econômico esteja a frente de qualquer eleição. De acordo com ele, a cada eleição que passa são descobertos mecanismos que fazem com que determinados candidatos de sobressaiam em relação à outros não pelas suas propostas ou ideias , ou a sua trajetória na vida pública, mas por práticas abusivas .

“O caixa 2 caminha para ser criminalizado penalmente e isso faz com que os candidatos tenham a certeza de que há o caminhar de um Brasil novo que se aproxima e que se espera a nível de tentativa de burlar a corrupção, de punir os verdadeiros corruptos. A gente no âmbito eleitoral quer fazer com que a população vote naquele que tem a melhor ideia, aquele que tem o melhor preparo para o cargo político e não aquele que tenha mais dinheiro para fazer uma propaganda mais bonita, um vídeo mais bonito, que consiga persuadir,que venha comprar ou oferecer bens , até porque já existe uma natureza criminal nesse ponto”, enfatizou.
 

Trabalho para o dia da eleição

Durante o dia 2 de outubro, quatro promotores estarão de plantão. Audo Rodrigues destacou que a justiça eleitoral, vem de um período administrativo de apurações de algumas ações que foram propostas e o dia da eleição será para fiscalizar, verificar e tomar todas as providências cabíveis em relação às transgressões.

“Não só de boca de urna, mas qualquer espécie de propaganda política também. É terminantemente proibido, é crime a utilização de alto falantes, carros de som, divulgação de qualquer espécie de propaganda. O eleitor pode fazer a sua propaganda desde que seja individual, silenciosa e que não fique caracterizado um grupo de pessoas naquela situação”, afirmou.

Participação da população

Os eleitores também podem encaminhar denúncias e provas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) através de um aplicativo chamado “pardal”. Esse material é filtrado, analisado e será demandada a possibilidade de apuração.

Audo Rodrigues disse que as situações que tem fundamentos de provas fazem com que o Ministério Público ingresse em uma atuação e que a justiça eleitoral tome as providências cabíveis.

Ele ressaltou que é importante que os eleitores tenham consciência dos seus votos e que votem por uma situação de modificação política.

“Que se faça valer o voto no sentido de que é a sua melhor arma de combate a corrupção. De combate a todos os problemas que nós estamos diuturnamente vivenciando no país. De investigações e de prisões, de conduções, de descobertas de corrupção. A arma do cidadão é o voto. E que se faça valer a sua cabeça, sua intenção de procurar melhores candidatos para o seu município. É isso que a gente busca, é isso que a legislação eleitoral quer. É isso que o país precisa e é isso que a gente pede aos eleitores que tenham essa consciência, alertando inclusive aos outros eleitores que eles precisam ter conhecimento que em relação a compra de votos por exemplo, não é punido apenas o candidato, o eleitor também é punido. Então é preciso ficar atento porque qualquer tipo de prisão em flagrante ele também pode ser prejudicado criminalmente, responder um processo penal, pode ser preso e conduzido por uma conduta dessa natureza”, finalizou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.