Polícia

Delegado acusado de matar colega já está solto

O delegado estava custodiado na sede da Polinter em Salvador e deixou a prisão ontem pela manhã.O delegado Nelis comandava o 2º Distrito de Feira de Santana e foi preso no dia 18 de agosto do mês passado, quando se deslocava para o trabalho.

Com menos de um mês de prisão, o delegado José Nélis Araújo Júnior, acusado de ser o mandante do assassinato do colega André Serra, em outubro de 2009, já está solto. Ele foi beneficiado por um pedido de habeas corpus solicitado por seu advogado e deferido pela Justiça, que, antes, havia negado. Agora, o delegado irá responder o processo em liberdade, até que seja julgado pelo crime, no Tribunal do Júri. O delegado estava custodiado na sede da Polinter em Salvador e deixou a prisão ontem pela manhã.

O delegado Nelis comandava o 2º Distrito de Feira de Santana e foi preso no dia 18 de agosto do mês passado, quando se deslocava para o trabalho. Segundo informou o secretário de Segurança Pública na época da prisão, César Nunes, Nelis mandou matar o delegado André Serra, por ele estar investigando crimes e irregularidades cometidos por José Nélis, quando  comandava a 8ª Coordenadoria da Polícia Civil (Coorpin), em Teixeira de Freitas.

Segundo a denúncia, ele era inimigo do delegado André Serra. Os dois se desentenderam depois que André começou a investigar o homicídio do deputado Maurício Cotrim, ocorrido em 2007, em Itamaraju, e acabou descobrindo situações que incriminavam o delegado da 8ª Coorpin.

Os crimes, segunda denúncia, seriam de homicídio  e outros que envolviam partilhas de terra em que determinadas pessoas foram beneficiadas e que o delegado protegia determinados fazendeiros. Depois da desavença entre os dois delegados, Nélis foi afastado da 8ª Coorpin e passou a comandar o 2º Distrito de Feira de Santana. Foi quando Serra começou a investigar os crimes cometidos pela quadrilha protegida por Nelis.

Sabendo da investigação, Nelis contratou o pistoleiro Magno Nogueiro da Silva. O delegado André Serra estava comendo acarajé numa praça na cidade de Ipiaú, onde trabalhava, quando foi alvejado várias vezes por dois homens em uma moto. As investigações duraram dez meses e, além de Nelis, foram presos Antônio Calumby Filho, Manoel Tercínio de Araújo e Manoel Barreto, membros da quadrilha protegida por Nelis. Os dois pistoleiros que mataram André ainda não foram presos. (Tribuna da  Bahia).